No dia 11 de fevereiro, os finlandeses vão eleger um novo Presidente e está tudo em aberto. No boletim de voto, vão constar os dois candidatos que se destacaram na primeira volta das eleições presidenciais, realizadas este domingo, e que acabaram separados por menos de 2% dos votos. A escolha dos eleitores será feita entre o conservador e “informal” Alexander Stubb e o “persistente” Pekka Haavisto, que se candidata pela terceira vez ao cargo.

Ascenção de Stubb foi rápida. Oito anos depois, deixou a política

Alexander Stubb é o mais novo dos dois candidatos. Aos 55 anos, vem de um período de mais de sete anos em que esteve afastado de cargos governativos. Stubb entrou para o governo finlandês, pela primeira vez, em 2008, quando foi nomeado Ministro das Relações Exteriores, depois um escândalo que envolveu o, à época, titular da pasta. Em 2011, e depois de ter sido eleito deputado, aceitou o convite para ser ministro da Europa e do Comércio Exterior do governo do então primeiro-ministro Jyrki Katainen.

Alexander Stubb à frente nas presidenciais na Finlândia, mas segunda volta contra Pekka Haavisto é provável

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Numa rápida ascensão política, Alexandre Stubb acabaria por ser eleito presidente do Partido da Coligação Nacional, de direita, em 2o14 (depois da saída de Katainen antes do final do mandato), assumindo, assim, o cargo de primeiro-ministro. As eleições legislativas acabariam por acontecer em abril de 2015 e não correram da melhor forma para Stubb. O Partido de Coligação Nacional (PCN) acabaria por perder sete deputados e ficar em segundo lugar, atrás do Partido do Centro. Derrotado nas urnas, o PCN continuaria, ainda assim, a integrar a coligação que veio a governar o país. A Stubb coube a pasta de ministro das Finanças, num governo liderado por Juha Sipilä. No entanto, acabaria por ficar no cargo pouco mais de um ano.

Em 2016, o então ministra do Interior, Petteri Orpo, desafiou a liderança de Stubb à frente do PCN e acabaria por sair vitoriosa. Em junho desse ano, logo depois do desaire interno, Stubb anunciava a renúncia ao cargo de ministro das Finanças. Ficaria como deputado, mas não durante muito tempo. Um ano depois, saiu da política, para ser vice-presidente do Banco Europeu de Investimento. Em 2020, foi para Itália para dar aulas no Instituto Universitário Europeu, em Florença.

Casado e pai de dois filhos, Stubb é conhecido pela sua postura informal. O site Politico lembra que o agora candidato à Presidência da Finlândia foi alvo de várias críticas, nomeadamente relacionadas com a forma como se vestia, num estilo considerado pouco clássico. Não era raro ver Alexander Stubb de calções, como aconteceu num evento em que esteve presente, já como presidente do Partido de Coligação Nacional.

Haavisto: à terceira tentativa será de vez?

Se Stubb se distingue pela informalidade, o candidato que vai enfrentar na segunda volta das presidenciais — Pekka Haavisto — começa a destacar-se pela persistência. Aos 65 anos, é já a terceira vez que concorre ao mais alto cargo da Finlândia, depois de ter sido derrotado nas duas últimas eleições, em 2012 e 2018, pelo atual Presidente finlandês, Sauli Niinistö. Nas duas ocasiões, não foi além dos 37% dos votos.

Finlândia escolhe governo mais à direita das últimas décadas

Ao contrário de Stubb, Haavisto não tem estado afastado da atividade governativa. Aliás, nos últimos quatro anos foi ministro das Relações Exteriores no governo liderado pela popular primeira-ministra Sanna Marin. Ecologista e homossexual assumido, Haavisto foi eleito para o Parlamento finlandês pela primeira vez em 1991, depois de ter passado mais de uma década a trabalhar como jornalista. Em 1995, depois de ter falhado a reeleição para o parlamento finlandês, assumiu o seu primeiro cargo governativo, até 1999, o de ministro do Ambiente.

Tornou-se, na altura, o primeiro membro de um partido ecologista a ocupar um cargo ministerial. Depois um período a trabalhar na ONU, só voltou à política ativa em 2007, quando foi eleito novamente deputado. Daí para cá, nunca mais perdeu o lugar no Parlamento e já foi Ministro do Desenvolvimento Internacional (entre 2013 e 2014, num governo liderado pelo atual adversário na corrida pela Presidência, Alexander Stubb).

Alvo de muita especulação desde a década de 90, a orientação sexual de Pekka Haavisto foi esclarecida pelo próprio, em 20o2, quando assumiu uma relação com o equatoriano Antonio Flores, conta a rádio pública finlandesa Yle. Ao contrário das corridas presidenciais de 2012 e 2018, Haavisto concorre agora como independente e não como candidato da Liga Verde.