A Iniciativa Liberal vai manter a apresentação do programa eleitoral para este sábado, 3 de fevereiro, apesar de a Comissão Nacional de Eleições entender que “tudo o que influenciar o eleitor açoriano está proibido”. Os liberais atiram ao porta-voz da CNE, Fernando Anastácio, por ter sido deputado do PS e “tentar condicionar” a IL e escudam-se numa exceção sobre iniciativas “fora da Região Autónoma dos Açores”.

Numa mensagem publicada nas redes sociais, com um link para a inscrição na apresentação do programa eleitoral, a Iniciativa Liberal diz que “não aceita que o porta-voz da CNE, o ex-deputado socialista Fernando Anastácio, tente impedir ou sequer condicionar a apresentação do seu programa para as eleições legislativas nacionais”. O partido liderado por Rui Rocha vai mais longe ao admitir que esta tomada de posição “só pode ser vista como uma tentativa do PS de condicionar a apresentação de propostas liberais que irão mudar o país”.

CNE impõe dia de reflexão também no continente. Apresentação do programa eleitoral da IL em risco

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Na sequência de uma questão colocada pela Iniciativa Liberal à CNE, a comissão deliberou que há uma “reserva absoluta de atos de propaganda eleitoral”, mas a Iniciativa Liberal escuda-se na exceção de que “fora do território da Região Autónoma podem ser admitidas as ações de propaganda e a publicação de textos ou imagens dessas ações que não sejam suscetíveis de condicionar a formação da vontade dos eleitores” açorianos, o que, para a comissão, não inclui iniciativas como a apresentação de programas eleitorais — com medidas que são transversais a todo o país. Na reunião em que esta deliberação foi proferida, o representante da IL votou favoravelmente.

Para a Iniciativa Liberal, Fernando Anastácio “não tem autonomia nem autoridade para impedir qualquer partido de prosseguir com a sua normal atividade nem para aplicar sanções” e desafia também a comunicação social a estar presente ao dizer que “não podem estar sujeitos à arbitrariedade dos entendimentos do porta-voz da CNE”, acrescentando que a tomada de posição “apenas pode ser interpretada como a opinião do próprio”.

Os liberais garantem que a iniciativa que vai decorrer no Teatro Capitólio “não irá abordar qualquer assunto relacionado com o ato eleitoral dos Açores” e que esta posição é “anacrónica e desconsidera os portugueses em geral e os açorianos em particular, tratando-os como indivíduos incapazes de distinguir as duas situações”. À boleia deste caso, a Iniciativa Liberal relembra que já propôs o fim do dia de reflexão, o que agora reitera e desafia a comunicação social a marcar presença.