Acompanhe aqui o nosso liveblog da guerra Israel-Hamas

Os Estados Unidos bombardearam, esta sexta-feira, mais de 85 alvos e instalações ligadas à Guarda Revolucionária do Irão e a grupos pró-iranianos no Iraque e na Síria, em resposta ao ataque da semana passada que matou três militares norte-americanos.

O Comando Central do Exército dos Estados Unidos (CENTCOM) detalhou que a operação aérea ocorreu às 16h00 (21h00 em Lisboa), e utilizou mais de 125 munições de precisão.

Entre os locais atacados estão centros de comando e inteligência, bem como infraestruturas de armazenamento de drones e mísseis pertencentes a milícias e forças iranianas “que permitiram ataques contra forças norte-americanas e da coligação”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Duas fontes de segurança iraquianas adiantaram à agência France-Presse (AFP) que um dos alvos foi “um quartel-general das fações armadas na área de Al-Qaïm, perto da fronteira com a Síria com um armazém de armas ligeiras”.

Um segundo ataque, na região de Al-Akachat, mais a sul e ainda perto da fronteira, teve como alvo um centro de comando das operações de Hachd al-Chaabi, uma coligação de antigos paramilitares que reúne estas fações pró-Irão, frisou uma das fontes.

Um responsável do Hachd al-Chaabi, que também falou sob a condição de anonimato, confirmou estes dois bombardeamentos, assegurando que o ataque de Al-Akachat causou feridos.

Segundo um comunicado da organização não-governamental (ONG) Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado no Reino Unido e com uma extensa rede de colaboradores no terreno, pelo menos 18 membros de milícias pró-Irão morreram.

Do lado sírio, os ataques aéreos mataram 13 militantes e destruíram 17 posições de grupos armados apoiados por Teerão na província oriental de Deir al Zur.

Uma fonte do Exército iraquiano com patente de coronel frisou à agência Efe, sob condição de anonimato, que pelo menos cinco milicianos pró-Irão foram mortos e outros três ficaram feridos em vários ataques aéreos contra posições da poderosa milícia Kataib Hezbollah na zona de Al Qaim, perto da fronteira com a Síria.

Washington respondeu desta forma ao ataque de domingo na Jordânia, perto da fronteira com a Síria, perpetrado por milícias pró-Irão e no qual morreram três soldados norte-americanos e outros 40 ficaram feridos.

Um porta-voz militar do primeiro-ministro iraquiano Mohamed Chia al-Soudani frisou, em comunicado, que os ataques norte-americanos constituem uma “violação da soberania iraquiana”, apontando para consequências desastrosas para a segurança e estabilidade do Iraque e da região.

O general Yehia Rasool, porta-voz do primeiro-ministro, confirmou “ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos” contra o setor Al-Qaim — na fronteira com a Síria — e outras “zonas fronteiriças iraquianas”.

Também as Forças Armadas iraquianas condenaram hoje os bombardeamentos e alertaram que esta ação terá “consequências imprevistas” e “repercussões desastrosas” no Médio Oriente.

“Estes ataques são considerados uma violação da soberania iraquiana, minam os esforços do governo iraquiano e representam uma ameaça que arrastará o Iraque e a região para consequências imprevistas, cujas repercussões serão desastrosas”, destacou Yahya Rasul, porta-voz das Forças Armadas Iraquianas, em comunicado.

Os Estados Unidos anunciaram hoje o bombardeamento de mais de 85 alvos e instalações ligadas à Guarda Revolucionária do Irão e a grupos pró-iranianos no Iraque e na Síria, em resposta ao ataque da semana passada que matou três militares norte-americanos.

O Presidente dos Estados Unidos Joe Biden garantiu que a resposta norte-americana ao ataque começou hoje e vai continuar.

“Os Estados Unidos não querem conflitos no Médio Oriente ou em qualquer outro lugar do mundo. Mas que aqueles que nos querem prejudicar saibam bem disto: se tocarem num americano, nós responderemos”, salientou, de acordo com um comunicado.

Desde meados de outubro, mais de 165 ataques de drones e ataques de foguetes tiveram como alvo soldados norte-americanos destacados numa coligação internacional antijihadista no Iraque e na Síria.

Reivindicados na sua maioria por combatentes de grupos pró-Irão que se autodenominam “Resistência Islâmica no Iraque”, estes ataques ocorrem num contexto de escalada de tensões na região, tendo como pano de fundo a guerra em Gaza entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.

Artigo atualizado às 00h00 de 3 de fevereiro