A leitura da sentença do processo que envolvia o empresário César Boaventura com alegadas tentativas de aliciação a jogadores do Rio Ave antes de um encontro com o Benfica na Primeira Liga de 2015/16 só foi conhecida esta tarde após o adiamento de uma semana mas não demorou a gerar várias reações no âmbito do futebol nacional. Uma das primeiras chegou do Dragão, com um comunicado do FC Porto.

Empresário César Boaventura condenado a três anos e quatro meses de pena suspensa por corrupção

“A condenação em primeira instância de César Boaventura por três crimes de corrupção no desporto cometidos a favor do Benfica é uma mancha na história do futebol português. Em causa estão atos que ferem gravemente a verdade desportiva das competições e que contribuem para alimentar suspeições sobre o que determinou a classificação do Campeonato na época em que foram cometidos”, apontam os dragões que terminaram a Primeira Liga nessa época na terceira posição a 15 pontos dos encarnados, que carimbaram o título com uma goleada na última jornada que deixou a equipa com mais dois pontos do que o Sporting.

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“Por não ser verosímil que tais ações tenham resultado exclusivamente da vontade individual do condenado, exige-se que a justiça desportiva os avalie devidamente, apure responsabilidades e aja em conformidade”, acrescentou ainda o mesmo comunicado emitido na sequência da decisão hoje conhecida.

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“Até quando se vai fingir que nada aconteceu? Até quando a justiça desportiva vai continuar a maltratar a verdade desportiva? Até quando a enorme quantidade de comentadores de futebol vai continuar a ser cúmplice. Como não é difícil perceber, o que foi dito a 4 de abril de 2017 não foi da boca para fora. Dois meses depois começou a divulgação dos mails, que revelaram a real extensão da ‘alta criminologia’, como lhe chamou Carlos Janela. Fui eu e o Diogo Faria condenados por dizermos que o rei ia nu e só agora a marioneta de um gigantesco esquema de corrupção desportiva é condenado. Os beneficiados continuam intocáveis, porque há muito que capturaram o país. Oxalá o FC Porto nunca se renda”, escreveu na rede X o diretor de comunicação e informação dos azuis e brancos, Francisco J. Marques.

Boaventura foi condenado a três anos e quatro meses de prisão com pena suspensa por três crimes de corrupção ativa com os jogadores Cássio, Marcelo e Lionn, tendo de pagar 30 mil euros a instituições de carácter social ou desportivo durante três anos com os respetivos comprovativos de 10 mil euros por ano. Essa medida foi definida pela aplicação da pena de um ano e oito meses para cada um dos crimes, sendo que o agente ficará impedido de exercer funções profissionais nesse sentido durante dois anos.