O líder da Iniciativa Liberal (IL) considerou hoje que os debates televisivos têm sido “esclarecedores e produtivos” e fizeram cair a ideia de que “certos candidatos” têm carisma e que isso resolveria os problemas do país. “Eu acho que [os debates] têm sido muito esclarecedores. É uma oportunidade excelente para os candidatos se apresentarem ao país, com aquilo que valem, não com aquilo que os comentários dizem que valem, com as imagens às vezes criadas”, afirmou.

Um dos resultados de os debates serem esclarecedores e produtivos, defendeu, é que “desapareceu essa ideia do carisma, de que os candidatos têm excelente carisma, muito carisma e o carisma vai resolver os problemas do país”.

Durante uma arruada pelo centro de Guimarães, distrito de Braga, em mais uma iniciativa de pré-campanha para as eleições legislativas de 10 de março, o líder da IL foi ainda questionado pelos jornalistas sobre o debate de sexta-feira à noite entre os candidatos do PS e do BE Bloco, em que ambos deixaram a porta aberta a um entendimento para a formação de um Governo à Esquerda.

No entender de Rui Rocha, “é muito importante que os portugueses percebam” o que está em causa nesse “namoro” político assumido por Pedro Nuno Santos e por Mariana Mortágua. “Está a possibilidade, que espero que não aconteça, de termos uma esquerda radical a influenciar a governação de Portugal. E temos de evitar isso a todo o custo. É preciso um país que não olhe para o passado, que não tenha políticas do passado, políticas influenciadas por quem não dá um exemplo de sucesso das suas políticas em nenhuma parte do mundo”, afirmou.

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“Os nossos jovens emigram para países que têm políticas liberais. Temos de olhar para o futuro, e o futuro é liberal, e temos de evitar que essa esquerda radical contamine a governação do país”, acrescentou Rui Rocha. Questionado sobre o porquê de não existir esse “clima de entendimento à direita”, o líder dos Liberais respondeu que “esse clima à direita existe com quem deve existir”.

“Existe nas propostas, estamos a fazer uma campanha pela positiva, a desafiar os portugueses, a dizer que Portugal pode ser muito melhor, que Guimarães, onde estamos, pode ser muito melhor com medidas liberais. É esse o nosso caminho. Não somos responsáveis por outros que fazem um ambiente mais pesado, mais tenso. Estamos numa campanha da confiança, contra o medo e contra o ressentimento. É essa confiança que queremos trazer a Portugal”, vincou Rui Rocha.

As posições de Pedro Nuno Santos e de Mariana Mortágua foram trocadas num debate cordial, na RTP, na noite de sexta-feira, em que Mariana Mortágua reiterou que PS e BE devem apresentar ao país “uma solução de estabilidade” e falar com “clareza sobre o que vai acontecer no dia seguinte às eleições”.

Em resposta, Pedro Nuno Santos recusou falar agora em entendimentos, antes das eleições, mas não excluiu vir a negociar “acordos escritos”, afirmando que sempre os defendeu e considerando que isso “funcionou bem” na primeira legislatura da chamada “geringonça” entre o PS e os partidos à sua esquerda, “de boa memória para os portugueses”.