A forma tranquila como o encontro terminou, numa quebra de ritmo acentuada pelo segundo e decisivo golo de João Mário ainda antes da meia hora final, teve prolongamento depois da partida. Muitos cumprimentos, vários abraços, algumas indicações específicas de Sérgio Conceição de forma individual a Gonçalo Borges e a João Mário, uma roda que teve o lateral a tomar a palavra depois de se ter afirmado com o MVP da partida, a passagem por todas as bancadas para agradecer aos adeptos com Taremi (que pela primeira vez em cinco anos foi suplente não utilizado) a deixar uma jovem fã em lágrimas por dar a camisola. Entre uma noite fria, o regresso às vitórias “aqueceu” q.b. o Dragão mas nem tudo foram “triunfos” para os dragões.

A vitória de João Mário entre uma “derrota” que não é nada lateral (a crónica do FC Porto-Estrela)

Se o intervalo veio prolongar o número de encontros sem golos sofridos pelo FC Porto em casa na Liga ao intervalo (cinco meses), o final da partida trouxe um dado interessante em termos defensivos para os azuis e brancos: há nove anos que os dragões não estavam cinco ou mais jogos sem sofrer golos de forma seguida a jogar em casa, ficando a um da série conseguida com Julen Lopetegui em 2014/15. Mais: numa altura em que se aproximam compromissos importantes, João Mário e Galeno confirmaram o bom momento que passam com um golo e uma assistência. No entanto, nem tudo foram ilações positivas apesar do regresso às vitórias, entre a lesão de Zaidu que pode retirar o jogador do resto da época e o próprio ambiente no Dragão.

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“Precisávamos de um resultado positivo, que era a vitória, mas sabíamos que íamos defrontar um adversário que se organiza bem defensivamente, que explora os ataque rápidos de forma perigosa e que teríamos que descobrir espaços e entrar na linha adversária. Tem uma linha de cinco elementos, às vezes de seis, com os médios sempre próximos. Tentámos por fora, por dentro… Foi uma tarefa complicada mas criámos algumas situações para sair até com um resultado mais volumoso para o intervalo. Fizemos um jogo seguro e paciente que valeu pelos três pontos”, destacou Sérgio Conceição na zona de entrevistas rápidas da SportTV, antes de abordar não só a estreia de Otávio mas também a lesão de Zaidu no joelho esquerdo.

“O Otávio chegou há pouco tempo, é um miúdo que está a chegar a um contexto diferente do que estava habituado. Houve situações positivas, outras que temos de corrigir. Faz parte do nosso trabalho mas corrigir em cima de jogos não é fácil. Estamos aqui para trabalhar. Ele é humilde, ouve, e isso é meio caminho andado”, destacou sobre a estreia do central, antes de abordar o problema do lateral: “A nota negativa para a lesão do Zaidu. Nasce de uma falta nítida, limpa, à frente da área. Dessa jogada acontece a lesão do Zaidu. Estamos com alguma falta de sorte com as equipas de arbitragem. Há situações que… Aconteceu, estamos tristes pelo Zaidu. Penso que acabou a época para ele. Ficamos abalados com a situação, sabendo que era de evitar. Era uma falta clara, que criava algum perigo e ficamos sem o jogador para o resto da época…”.

Por fim, o técnico visou também o próprio ambiente no Dragão, deixando em paralelo um apelo para o jogo com o Arsenal na próxima quarta-feira. “É importante toda a gente pensar que a nossa Champions são todos os jogos que disputamos. E eu devo dizer, e estou aqui há muitos anos, que espero que o ambiente seja um pouco diferente na quarta-feira [frente ao Arsenal] do que foi esta noite. Já falei muitas vezes da paixão dos nossos adeptos, são o primeiro jogador, não são o 12.º, e é preciso um pouco mais de toda a gente… A mensagem que passamos aos nossos jogadores quando jogamos com o Vilar de Perdizes é a mesma. Precisamos dessa força, de união, porque a equipa faz de tudo para merecer apoio. Fizemos o 2-0 e houve muita gente a deixar o estádio, não sei se se estavam a poupar-se para o jogo de quarta-feira”, concluiu.