“O Bobi morreu a 20 de outubro, foi cremado a 25 e a queixa foi apresentada a 27. Para bom entendedor, meia palavra basta”. Leonel Costa, o dono do cão que chegou a ser considerado o mais velho do mundo, não aceita a mais recente decisão de retirar o animal do Guinness World Records (GWR), na sequência das dúvidas que se levantaram sobre veracidade da idade do cão. E vai mais longe: “Isto não faz sentido”.
É oficial. Guinness retira título de cão mais velho do mundo a Bobi
“O Bobi foi analisado durante um ano, viveu mais um ano e meio após a conquista e agora é que vêm analisar?”, questiona, em declarações ao Observador.
Leonel Costa diz ter sido alertado pelo Guinness de que a decisão ia ser anunciada esta quinta-feira, num e-mail enviado durante a madrugada. Neste, segundo o dono do rafeiro do Alentejo, a instituição disse ter baseado a conclusão “na última leitura feita ao microchip do Bobi, em maio de 2022″.
“Obviamente que essa é a última leitura, pois o processo [de candidatura para o Guinness] começou nessa altura e eu tive de enviar isso”, recorda. “O problema é que não tinham a primeira leitura. No entanto, isso não foi uma exigência” na altura em que enviou a candidatura.
O Guinness justificou a recente decisão com os dados disponíveis no Sistema de Informação de Animais de Companhia (SIAC), que “ao que parece, quando [Bobi] foi chipado em 2022, não exigia prova de idade para cães nascidos antes de 2008″.
“Com a declaração veterinária adicional fornecida como prova da idade do Bobi, que também cita estes dados do microchip, ficamos sem provas conclusivas que possam provar definitivamente a data de nascimento do Bobi”, acrescentou o diretor Mark McKinley, em comunicado.
Ainda assim, o dono de Bobi está confiante de que, “na próxima semana ou na outra, a situação seja reposta, porque o Guinness não colaborou”. “Por exemplo, não introduziu nesta segunda análise os exames que foram feitos a nível do sangue e do corpo.”
Leonel refere-se aos exames que foram feitos após Bobi ter sido condecorado com dois recordes – o de cão mais velho do mundo e o de cão mais velho do mundo de sempre –, requeridos por veterinários internacionais, tendo alguns marcado presença na festa de 31 anos do animal, para fazer estudos.
“Estes exames estão a ser feitos num laboratório independente nos Estados Unidos, por isso nada têm a ver comigo. Acredito que numa semana já tenha os resultados, que enviarei ao Guinness“, acrescenta Leonel.
Apesar de a instituição se ter disponibilizado a “avaliar quaisquer novas provas”, caso as receba, Leonel Costa não deixa de considerar que houve um “certo amadorismo”.
“A única coisa que me deixa tranquilo é que sei que estes exames vão chegar e que vai ser mau para o Guinness”, diz Leonel Costa. “Vão demonstrar uma fraqueza muito grande.”
Questionado pelo Observador sobre a forma como tem lidado com as dúvidas que agora se colocam, Leonel Costa afirma que está a ser motivado por uma “força” diferente da que o levou a apresentar a candidatura em primeiro lugar.
“A força que tenho não gostava de a ter. Sinto que é uma força de raiva. Mas não posso permitir que manchem a vida do Bobi. Podem atacar-me e à família do Bobi. Mas a ele não”, garante.
“É cansativo, sim. Mas vou até às últimas para impedir que isso aconteça. E só espero que o Guinness tenha a coragem de demonstrar ser a entidade que todos achamos ser”, termina, dizendo acreditar que “isto ainda vai dar muitas voltas”.
