Foi uma questão de má comunicação. Apesar de não ter havido essa informação por parte do clube no que troca ao treino desta manhã no Olival, Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, fez questão de explicar que tem alguns jogadores ainda em dúvida para o clássico frente ao Benfica deste domingo no Dragão, dizendo mesmo que nomes como Galeno, Evanilson e Taremi podem falhar o jogo grande. Apesar desse reparo, não foi o único em que o universo FC Porto não mostrou a mesma visão. E se para o técnico, também como forma de “esvaziar” uma pressão acrescida pelo resultado, uma derrota não significa o fim de nada (antes de fazer mais um elogio a todo o percurso da atual liderança do clube nas últimas quatro décadas), Pinto da Costa, presidente do clube azul e branco, assumiu que um desaire frente às águias irá fechar essas contas.
A notícia de que não existia crise foi manifestamente exagerada (a crónica do Gil Vicente-FC Porto)
“Jogo decisivo? É evidente. Se o FC Porto perder deixa de ter hipóteses, mas estamos todos confiantes de que vamos ganhar”, comentou o líder dos dragões numa ação de campanha. “Jogo do tudo ou nada? Não vejo isso assim. Em Barcelos não conseguimos ganhar, as coisas ficaram mais difíceis. Todos são importantes, não há isso de jogos de tudo ou nada. O próximo jogo é com o Benfica, detentor do título, e não é com essa diferença pontual que vamos preparar o jogo, mas sim olhando para o adversário. Vai ser necessário um FC Porto forte, no seu melhor, muito competente, percebendo o que tem de fazer no encontro em função do adversário. Não vamos pensar em mais nada porque não vale a pena. O que passou, passou. É olhar e dissecar os jogos, ver o que fomos fazendo em função da dificuldade de cada jogo. Não podemos pensar nessa diferença ou naquilo que pode representar o jogo nas contas finais”, dissera antes o técnico.
Já sobre o encontro em si, Sérgio Conceição, que tendo um histórico favorável contra o Benfica perdeu os dois jogos da presente temporada na Supertaça e na primeira volta do Campeonato, recusou qualquer tipo de “abalo” no rival pela derrota no dérbi frente ao Sporting e reforçou que “todos os jogos têm as suas histórias diferentes”. “Para nós é um jogo importante, temos outros 11 para fazer. Sabemos da importância à medida que o Campeonato vai caminhando para o final. É normal que os jogos ganhem o seu peso, ainda por cima sendo um rival que está à nossa frente. Pressão? Como já disse, se não há pressão sou eu que a crio. Não vejo que o meu discurso seja para tirar pressão. Gosto de pressão, os jogadores sentem-na. Na Liga dos Campeões temos dado resposta positiva. O meu discurso é o verdadeiro, o que sinto. O que disse no final do jogo nos Açores foi que toda a gente, incluindo os diferentes departamentos e os adeptos, tem de dar tudo em prol do clube e fazer de cada jogo como se fosse o último da época…”, acrescentou a esse propósito.
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“Segundo lugar? Estamos em terceiro e temos de dar uma olhadela para trás e para a frente, se começamos a olhar demasiado para trás e para a frente, não dá. Temos de ir à procura dos três pontos nestes jogos que temos pela frente. A pressão faz parte daquilo que é o nosso trabalho. Trabalhar num clube grande, habituado a ganhar títulos, mais nos últimos 40 anos do que nos anteriores. Isto é culpa do nosso presidente mas as pessoas estão mal habituadas porque, antes da entrada dele, os títulos não eram assim tantos. Depois, têm sido anos maravilhosos nesse sentido. A pressão faz parte de quem comanda uma equipa profissional de futebol que, independentemente da mais-valia ou menor valia dos adversários. Dou-me bem com essa pressão, acho que isso é bom”, apontou ainda Sérgio Conceição, antes de falar do Benfica.
“Quem não faz golo mete-se a jeito.” FC Porto com pior pontuação da década ao fim de 23 jornadas
“Dentro da dinâmica ofensiva das equipas há sempre jogadores que se destacam pelas caraterísticas que têm, uns de uma forma, outros de outra. Abordámos em Barcelos, por exemplo, jogadores com preocupações diferentes. É normal haver jogadores na ligação e isso faz parte. O Rafa e o Di María são dois excelentes jogadores, experientes e com qualidade acima da média, mas o Benfica tem outros. Temos a tendência de olhar para o jogador que faz a diferença. O Benfica perdeu o primeiro jogo no Bessa e não perdeu mais fora. Não estou aqui a dar moral de barato, com maior ou menor dificuldade, têm feito o seu trajeto. Desde novembro, tirando o jogo agora com o Sporting e na meia-final da Taça da Liga, não perde há quatro meses. Acho que não são só as individualidades. É a defesa menos batida da Liga e isso por si só diz que há trabalho coletivo. Menos forte do que no ano passado? Não embarco muito nisso, temos de olhar para a equipa como um todo. Claro que na organização coletiva há jogadores que se destacam em diferentes momentos”, frisou.
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“O que tem falhado nos jogos grandes? O que espero é acabar o jogo com 11, como disse o Rúben Amorim. Na Luz fizemos um excelente jogo mas tivemos uma expulsão no início. Na Supertaça, penso que é unânime ou foi unânime a opinião de que nós, até ao golo do Benfica, controlámos e fomos muito competentes e mais fortes. Mas os jogos são todos diferentes. Mesmo em Alvalade, apesar de o Sporting ter feito um bom jogo, acho que houve momentos em que merecíamos um bocadinho mais do que sair de Alvalade daquela forma. Posso arranjar mil desculpas mas temos de ser mais competentes e ganhar jogos. Temos um adversário com valia pela frente, queremos preparar o jogo e ganhá-lo sem olhar muito para as estatísticas. Não quero adormecer nisso, sei que o meu historial é positivo”, concluiu Sérgio Conceição.