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A notícia de que não existia crise foi manifestamente exagerada (a crónica do Gil Vicente-FC Porto)

FC Porto foi apático na primeira parte, chegou à vantagem na segunda, desperdiçou muitas oportunidades e permitiu o empate do Gil Vicente nos descontos (1-1), ficando a nove pontos do Benfica.

O avançado brasileiro marcou o único golo dos dragões, já na segunda parte
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O avançado brasileiro marcou o único golo dos dragões, já na segunda parte

LUSA

O avançado brasileiro marcou o único golo dos dragões, já na segunda parte

LUSA

No futebol, mais vezes do que menos, os rótulos de crise, fase menos conseguida ou período pouco positivo surgem mais depressa do que desaparecem. E o exemplo mais recente disso mesmo foi o FC Porto de Sérgio Conceição: empatou com o Rio Ave, perdeu com o Arouca, venceu o Estrela da Amadora e o Arsenal e este domingo já surgia em Barcelos com a certeza de que as notícias de crise, fase menos conseguida ou período pouco positivo foram manifestamente exageradas.

Ainda assim, e precisamente devido ao empate com o Rio Ave e à derrota com o Arouca, o FC Porto visitava o Gil Vicente com a certeza de que já não tinha mais margem de erro para perder pontos. Os dragões entravam em campo a sete pontos da liderança de Benfica e Sporting, sendo que os leões ainda têm menos um jogo, e sabiam que era crucial ganhar antes da receção do próximo domingo aos encarnados. Por tudo isso, apesar do triunfo na Liga dos Campeões a meio da semana, a equipa de Sérgio Conceição aparecia este domingo com alguma pressão adicional.

Ficha de jogo

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Gil Vicente-FC Porto, 1-1

23.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Cidade de Barcelos, em Barcelos

Árbitro: Fábio Veríssimo (AF Leiria)

Gil Vicente: Andrew, Alex Pinto (Afonso Moreira, 88′), Gabriel Pereira, Rúben Fernandes, Leonardo Buta, Mory Gbane, Martim Neto (Thomas Luciano, 88′), Tidjany Touré (Fujimoto, 80′), Pedro Tiba (Maxime Dominguez, 63′), Murilo (Ali Alipour, 63′), Félix Correia

Suplentes não utilizados: Vinícius Dias, Jesús Castillo, Jonathan Buatu, Felipe Silva

Treinador: Vítor Campelos

FC Porto: Diogo Costa, João Mário, Pepe, Otávio, Wendell, Alan Varela (Marko Grujic, 45′), Stephen Eustáquio, Pepê (Nico González, 89′), Iván Jaime (Galeno, 68′), Francisco Conceição (André Franco, 84′), Evanilson (Toni Martínez, 84′)

Suplentes não utilizados: Cláudio Ramos, Fábio Cardoso, Jorge Sánchez, Gonçalo Borges

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Evanilson (55′), Thomas Luciano (90+4′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Evanilson (45′), a Alan Varela (45+6′), a João Mário (90+10′), a Tidjany Touré (52′), a Alex Pinto (75′)

“Uma coisa é lutar contra um adversário, outra coisa é lutar contra dois. A situação fica mais complicada. Mas, como já disse, aqui ninguém desiste. Sabemos das dificuldades, todos os jogos têm de ser autênticas finais e não podemos vacilar, porque corremos o risco de perder o objetivo, que é o Campeonato. Não tivemos muito tempo para a preparação do jogo e, dentro da nossa base, os jogadores estão identificados com o que temos de fazer. Há uma ou outra nuance diferente. O Gil Vicente vem de uma boa vitória contra o Estoril e conheço bem o treinador”, atirou o técnico dos dragões na antevisão da partida.

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Assim, logo depois da receção ao Arsenal e antes do Clássico contra o Benfica, Sérgio Conceição fazia algumas poupanças e deixava Nico González e Galeno no banco, apostando em Eustáquio e Iván Jaime na ausência do lesionado Taremi. Do outro lado, num Gil Vicente que está tranquilo e a meio da classificação, Vítor Campelos tinha Murilo, Martim Neto e Touré nas costas de Félix Correia, a referência ofensiva.

Numa primeira parte que terminou sem golos e sem qualquer remate enquadrado, Iván Jaime teve a primeira aproximação à baliza com um remate que Andrew encaixou (2′) e o jogo esteve parado durante largos minutos em duas ocasiões, primeiro devido a um problema no sistema de comunicação da equipa de arbitragem e depois na sequência de um choque entre Pepe e Rúben Fernandes que deixou o internacional português a sangrar abundantemente e de touca na cabeça.

O FC Porto tinha o ascendente natural da partida, com mais bola e uma pressão alta que não dava espaço ao Gil Vicente, mas não conseguia entrar com perigo no último terço adversário. Pepê era o claro abre-latas da equipa, com um posicionamento muito móvel que procurava encontrar espaços ao longo de toda a largura do terreno, mas só Francisco Conceição é que conseguia desequilibrar através da velocidade e duelos mais diretos no corredor direito.

Evanilson teve uma boa oportunidade para abrir o marcador ainda antes da meia-hora, com um remate que passou ao lado (26′), e Murilo respondeu do outro lado com um pontapé que passou por cima da baliza de Diogo Costa (35′). O jogo viveu o seu melhor momento nesse período, partindo ligeiramente e desbloqueando espaços: Rúben Fernandes quase fez autogolo após cruzamento de Wendell na esquerda (36′), Touré rematou em jeito por cima (37′) e Eustáquio chegou mesmo a colocar a bola no fundo da baliza (42′), com o lance a ser anulado por falta sobre o guarda-redes.

Ao intervalo, Gil Vicente e FC Porto ainda não tinham inaugurado o marcador e os dragões pareciam algo desinspirados e desligados, sem capacidade para explorar o espaço que os gilistas permitiam nas alas e muito reféns de uma exibição apagada de Evanilson. Do outro lado, a estratégia de Vítor Campelos ia funcionando e a equipa da casa causava perigo sempre que colocava alguma velocidade no setor ofensivo, mantendo-se organizada defensivamente.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Gil Vicente-FC Porto:]

Sérgio Conceição mexeu logo ao intervalo, optando por tirar Alan Varela, que já tinha cartão amarelo, e lançar Grujic. O FC Porto começou a segunda parte com outro critério, registando desde logo dois remates enquadrados com um cabeceamento de Eustáquio (46′) e um pontapé em jeito de Iván Jaime (50′), e o Gil Vicente não conseguia disfarçar a maior dificuldade na hora de sair a jogar.

Ainda dentro da hora de jogo, o golo que se ia adivinhando acabou por aparecer. Gbane tocou com a mão na bola no interior da área dos gilistas, Evanilson ainda permitiu a defesa de Andrew na conversão da grande penalidade, mas acabou por abrir o marcador na recarga (55′). O avançado brasileiro teve uma boa ocasião para bisar logo depois, com um remate rasteiro à entrada da área que saiu ao lado (61′), e Pedro Tiba ficou perto de empatar com um pontapé em jeito que também não passou longe da baliza de Diogo Costa (62′).

Vítor Campelos mexeu pela primeira vez nesta altura, trocando Tiba e Murilo por Alipour e Maxime, e o Gil Vicente viveu nessa fase o seu melhor momento na segunda parte, empurrando o FC Porto para o próprio meio-campo e surgindo várias vezes com perigo no último terço adversário. Sérgio Conceição reagiu com a segunda substituição, lançando Galeno no lugar de Iván Jaime, e Pepê teve nos pés a possibilidade de aumentar a vantagem ao surgir na cara de Andrew, mas a tentativa de chapéu saiu ligeiramente por cima (70′).

A reação gilista durou pouco, pelo menos na sua versão mais acutilante, e os dragões até criaram as melhores oportunidades do derradeiro quarto de hora por intermédio de um remate de Otávio (76′), outro de Pepê (77′) e um lance em que Evanilson ficou isolado (82′). Já depois de Pepê sair com problemas físicos, porém, surgiu o balde de água fria: Buta cruzou largo na esquerda, Diogo Costa mediu mal o lance e Thomas Luciano, ao segundo poste e nas costas de Wendell, cabeceou para empatar a partida (90+4′).

No fim, o FC Porto empatou com o Gil Vicente em Barcelos, falhou a terceira vitória consecutiva e ficou desde já a nove pontos do Benfica, podendo ficar à mesma distância do Sporting se os leões vencerem o Rio Ave ainda este domingo. Num jogo onde foi melhor na segunda parte do que na primeira, onde desperdiçou várias oportunidades e onde nunca conseguiu controlar por completo, a equipa de Sérgio Conceição voltou a escorregar — e deixou claro que as notícias do fim da crise, da fase menos conseguida e do período pouco positivo foram manifestamente exageradas.

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