Quatro jornadas, sete pontos perdidos. Nos últimos quatro jogos para a Primeira Liga, o FC Porto só venceu o Estrela da Amadora, empatou com Rio Ave e Gil Vicente e perdeu com o Arouca, ficando a nove pontos do Benfica e correndo o risco de ficar à mesma distância do Sporting, sendo que os leões até têm menos uma partida disputada.

A notícia de que não existia crise foi manifestamente exagerada (a crónica do Gil Vicente-FC Porto)

Com o empate deste domingo em Barcelos, os dragões falharam a terceira vitória consecutiva e escorregaram na antecâmara dos quartos de final da Taça de Portugal, contra o Santa Clara, e do Clássico contra o Benfica, no próximo domingo. A equipa de Sérgio Conceição tem agora 49 pontos ao fim de 23 jornadas, o pior registo do clube desde 2013/14, temporada em que ficou no terceiro lugar e a 13 pontos dos encarnados, que foram campeões nacionais.

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Ao todo, o FC Porto já perdeu 20 pontos na Primeira Liga nesta época, um registo negativo que com Sérgio Conceição só foi pior em 2020/21, quando perdeu 22 pontos ao fim das mesmas 23 jornadas. Depois do apito final, numa passagem supersónica pela flash interview onde só respondeu a uma única pergunta, o treinador dos dragões explicou que a justificação para o empate está na ausência de um segundo golo que poderia ter matado o resultado.

“Já desperdiçámos alguns esta época dentro deste filme: muitas ocasiões, golos falhados e ficamos à mercê de uma bola parada, de um ressalto, de uma situação no último minuto. Há que assumir isso, toda a gente aqui dentro. Vamos olhar e perceber o que é que faltou. É bem visível, não vale a pena estar aqui com muitas conversas. Faltou fazer o segundo, o terceiro, o quarto golo. Quem não faz golo, mete-se a jeito”, limitou-se a dizer.

Mais tarde, na conferência de imprensa, Sérgio Conceição subiu o tom das críticas. “É mais um jogo dentro de alguns que aconteceram este ano onde não fomos eficazes. Não entrámos bem no jogo, também com algumas paragens, com uma ou outra situação que foi quebrando o ritmo, a primeira parte não foi boa. Retificámos algumas situações, fizemos o golo, fomos criando oportunidades de um para zero e quando é assim já vi este filme há pouco tempo, contra o Rio Ave. São pontos perdidos por culpa própria. É verdade que falta uma pontinha de sorte num ou noutro momento. E depois, num ou noutro erro individual, acabamos por sofrer um empate completamente injusto”, explicou, assumindo que a corrida pelo título está “difícil”.

“A perder pontos desta forma. São muitos pontos perdidos, por infelicidade de uma terceira equipa ou por falta de eficácia ofensiva não ganhámos os jogos. Quando é assim torna-se difícil. Tudo o que é o nosso trabalho diário e os jogos que aí vêm, tem de ser com o máximo de ambição. Os jogadores têm de deixar o corpo e a alma em campo, porque só assim é que se consegue defender as coisas e lutar com muitas coisas. O Pepe levou 12 pontos na cabeça e foi lá para dentro disputar duelos aéreos. Tem de se ir lá para dentro e não andar de pantufas, ter a atitude necessária para se ganhar jogos”, acrescentou.

Já Evanilson, que marcou o único golo do FC Porto, defendeu que o golo sofrido nos descontos foi “difícil” de encaixar. “Criámos muitas oportunidades, mas não conseguimos fazer mais golos. Acontece que o adversário, também com qualidade, fez o empate no final da partida. Temos de melhorar no último terço, pecámos muito, faltou definir melhor. Temos pecado muito e há que melhorar isso”, disse o avançado brasileiro, que se limitou a indicar que a equipa tem de “continuar a trabalhar” quando confrontado com a distância para a liderança do Campeonato.