A Taça de Portugal é uma espécie de terreno pródigo para Sérgio Conceição desde que assumiu o comando do FC Porto, o resultado ao intervalo não fazia adivinhar nada de bom. Porquê? Em quatro jogos em que tinha saído para o descanso a perder, apenas por uma vez os dragões tinham ganho. Porquê? Em 12 encontros em que tinha sofrido o primeiro golo do jogo, conseguira apenas quatro triunfos. No entanto, até pelo contexto e importância de um triunfo nos Açores na antecâmara do clássico com o Benfica para o Campeonato, havia algo mais do que números e estatísticas por defender e a reação surgiu na segunda parte, com os azuis e brancos a conseguirem a reviravolta e a marcarem lugar nas meias da Taça com o V. Guimarães.

Evanilson, que chegou aos 21 golos e igualou o melhor registo numa época, fez o empate. Galeno, que leva três golos nos últimos quatro jogos e alcançou de novo a fasquia dos dez ou mais golos numa temporada, marcou o 2-1. Apesar das dificuldades, o FC Porto cumpriu aquilo que é uma espécie de tradição desde que Sérgio Conceição chegou ao comando técnico da equipa, marcando presença no top 4 da competição pela sétima vez consecutiva (e com vantagem no confronto direto diante dos minhotos). Mais: com a vitória nos Açores, os dragões somam 18 triunfos consecutivos na prova, levam 19 partidas seguidas sem perder fora, marcam há 38 encontros e nessa fase consentiram apenas um desaire em tempo regulamentar.

Perante tudo isso, mesmo com os oitavos da Liga dos Campeões em aberto depois do triunfo no Dragão com o Arsenal, e olhando para a diferença pontual na Liga para Benfica e Sporting, será a Taça de Portugal uma competição mais ao alcance? “Não, não, não…”, recusou Sérgio Conceição. “Há muitos jogos para fazer, temos é de encarar o que falta da época como se fosse o nosso último jogo. Último jogo meu, dos jogadores, dos elementos dos diferentes departamentos que trabalham connosco, dos adeptos. Os adeptos são criteriosos se veem que existe ou não essa atitude muito competitiva presente. No final faremos as contas e veremos se o balanço é positivo ou não”, apontou o técnico na zona de entrevistas rápidas da SportTV.

“Num minuto sofremos dois golos, um a acabar em Barcelos e outro a começar aqui. São situações que temos de corrigir apesar de haver algum mérito dos adversários mas senti sempre a equipa tranquila, no sentido de perceber aquilo que tínhamos de fazer. Estávamos a jogar não só contra 11 mas também com o vento, ainda agora apanhei um processo no jogo com o Rio Ave e o 12.º elemento que pode interferir nas dificuldades podem ser o vento ou a chuva. Foi um jogo com muitos duelos, com muita disputa da primeira e da segunda bola. Na segunda parte, contra o vento, sabíamos que íamos ter mais bola porque havia outra dificuldade em jogar. Mudámos uma ou outra situação que foi importante na nossa organização ofensiva, entrámos fortes, em termos defensivos continuámos a assumir três homens cá atrás com Galeno de um lado e Pepê do outro a inserirem-se e projetarem-se no ataque, fizemos dois golos. Podíamos ter feito mais golos, o Santa Clara também tem uma bola no poste mas foi uma vitória num jogo difícil”, referiu sobre o encontro.

“Mudanças táticas? Queríamos ter entrado forte desde o resto da primeira, colocando o Galeno mais próximo do Evanilson, o Francisco a ser o terceiro homem da linha atacante, com o João Mário e o Pepê um de cada lado. Era para entrar forte, para fazer golos, para ganhar. Depois vi que teríamos de colocar mais peso na frente e foi aí que entrou o Danny [Namaso]. Tentámos, acertámos porque algumas coisas não estavam a sair bem, chegámos aos golos e ganhámos”, completou o técnico dos azuis e brancos.

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