De um momento para o outro, tudo deixou de contar ou interessar. Nem o empate frente ao Rangers na Liga Europa, nem a atual fase de três encontros consecutivos sem vitórias dos encarnados, nem as críticas que se vão avolumando a Roger Schmidt em forma de mensagens nas bancadas. Esta quinta-feira, aos 70 anos, morreu Minervino Pietra. E foi o próprio Benfica que anunciou a notícia que ninguém gostaria de dar.

“É com profunda consternação que o Sport Lisboa e Benfica lamenta a morte de Minervino Pietra, aos 70 anos de idade. Partiu um homem com uma ligação histórica ao clube, um exemplo de dedicação e de enorme benfiquismo, seja em campo ou na estrutura do futebol. Mais de metade da sua vida dedicou-a ao Benfica, como jogador, analista e, mais tarde, como treinador residente de várias equipas técnicas do plantel profissional de futebol do clube. Sempre foi um desportista de eleição, como jogador do Benfica e da Seleção e como treinador, que inspirava os jogadores pelo seu exemplo e pela mística que sempre incutiu nos mais novos”, começou por referir a formação da Luz, numa nota colocada no site oficial do clube.

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“Chegou ao clube em 1976 e só em 2022 é que deixou o Benfica, sem nunca o Benfica o ter deixado a ele. Como jogador, efetuou 227 jogos e marcou 19 golos. Foi liderado por treinadores como John Mortimore, Mário Wilson, Lajos Baroti ou Sven-Göran Eriksson. A sua experiência como futebolista de elite moldou o seu perfil como treinador. O Sport Lisboa e Benfica tudo fará para perpetuar a memória de um profissional de excelência e de um homem de raro carácter. Minervino Pietra será sempre reconhecido como um dos nossos, portador e zelador da mística. À família de Minervino Pietra, o Sport Lisboa e Benfica endereça os seus mais sentidos pêsames”, acrescentou o mesmo comunicado na noite desta quinta-feira.

Depois de ter começado no Belenenses, onde passou dos juniores para os seniores, Pietra rumou ao Benfica em 1976 e foi aí que fez o resto da sua carreira como jogador, com a conquista de quatro Campeonatos, cinco Taças de Portugal, duas Supertaças e duas Taças de Honra até 1986/87, último ano como atleta. Foi também presença constante na Seleção nesse período, com um total de 27 internacionalizações (com um golo), tendo representado também Portugal no Campeonato da Europa de Sub-23 em 1974. Mais tarde, além da ligação à formação dos encarnados, Pietra foi analista das equipas técnicas do Benfica e passou a treinador adjunto com a chegada de Jorge Jesus à Luz, continuando depois como o técnico residente do Benfica.

“Foi com enorme consternação que tomei conhecimento da morte de Minervino Pietra, grande jogador do Belenenses, do Benfica e da Seleção Nacional e figura de enorme relevo, também pela sua carreira de treinador de formação, no panorama desportivo nacional. Lateral que ficará na memória de todas, Pietra alinhou 27 vezes pela equipa nacional, participando nas qualificações para o Euro-1980 e 1984 e Mundial-1986, marcando um golo. Figura de grande carisma mas também discrição, deixou uma marca indelével no clube que representou consecutivamente de 1976 a 2022 nas funções de jogador, analista e técnico. A toda a a sua família e ao Benfica, que tão duramente sentirá a sua falta, envio as minhas mais sentidas condolências”, escreveu Fernando Gomes, líder da Federação, numa nota oficial no site da FPF.

“A Liga Portugal lamenta profundamente o falecimento de Minervino Pietra, figura histórica do Benfica, clube que representou durante 27 anos, primeiro como jogador, depois integrando as mais diversas equipas técnicas. Natural de Lisboa, onde nasceu a 1 de março de 1954, o antigo internacional português iniciou a carreira ao serviço do Belenenses, mudando-se para o Benfica em 1976, onde ajudou a conquistar quatro títulos de campeão nacional, além de cinco Taças de Portugal e duas Supertaças. Pela Seleção Nacional jogou 26 jogos e marcou um golo. À família enlutada, aos adeptos em geral e aos do Benfica em particular, a Liga Portugal endereça as mais sentidas condolências”, destacou a Liga em comunicado.