A União Europeia (UE) rejeitou as “ações provocatórias” da China após ter atacado com um canhão de água um barco militar das Filipinas que, segundo Manila, navegava num recife de soberania disputada no mar do sul da China.
Os 27 Estados-membros da UE mostraram-se profundamente preocupados por este incidente, que as Filipinas afirmaram ter ocorrido no banco de areia Second Thomas, nas ilhas Spratly, uma zona onde nos últimos meses têm acontecido episódios semelhantes entre os dois países.
Para a UE, o incidente deste sábado é uma perigosa provocação contra os navios filipinos, atribuindo às autoridades chinesas a execução de “repetidas manobras perigosas, bloqueios e o uso de canhões de água” contra embarcações que participavam em missões de reabastecimento.
“Estes atos colocam em risco vidas humanas, minam a estabilidade regional e as normas internacionais e ameaçam a segurança na região e além dela”, referiu o Serviço Europeu de Ação Externa.
Os 27 recordaram que os regulamentos internacionais sobre segurança no mar proíbem “o uso da força ou a coação” e garantiram a liberdade de navegação, pedindo “moderação e pleno respeito” pelas normas a fim de garantir “a resolução pacífica das diferenças e a redução das tensões na região” do mar do sul da China, ponto estratégico para o comércio marítimo e rico em recursos naturais.
A UE pediu ainda o cumprimento em todos os momentos da decisão do Tribunal de Arbitragem de Haia que, em 2016, deu razão às Filipinas no conflito que mantém com a China relativamente à soberania de várias ilhas e bancos de areia nas águas da região, que Pequim reclama como suas alegando “razões históricas”.
As Filipinas acusaram a guarda costeira chinesa de disparar um canhão de água contra um navio de abastecimento filipino, ferindo várias pessoas durante um novo incidente, hoje de manhã, no mar da China meridional.
O Exército filipino publicou imagens do ataque, que afirmou ter durado cerca de uma hora, ao largo do atol Second Thomas, onde navios chineses já usaram canhões de água e entraram em colisão com navios filipinos, em confrontações ocorridas nos últimos meses.
A guarda costeira chinesa e outros navios “mais uma vez, assediaram, bloquearam, disparam canhões e fizeram manobras perigosas” contra uma missão de rotação e abastecimento de rotina no sul do atol, hoje de manhã, declarou a missão operacional encarregada desta zona, a National Task Force for the West Philippine Sea (NTFWPS).
“As ações imprudentes e perigosas” contra o navio de abastecimento Unaizah May 4 “causaram graves prejuízos ao navio e ferimentos nos filipinos a bordo”, acrescentou a força, em comunicado. A missão operacional não precisou o número de feridos, nem forneceu detalhes sobre os ferimentos.