Os Estudantes Socialistas criticaram esta sexta-feira a extinção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, considerando que se trata de uma “opção errada” e tomada contrariamente aos “apelos das associações académicas”.

“Os Estudantes Socialistas criticam a decisão do novo governo de extinguir o Ministério da Tecnologia, Ciência e Ensino Superior, decisão que foi tomada contra a grande maioria dos órgãos representativos dos estudantes a nível nacional”, afirma esta estrutura da Juventude Socialista.

Em comunicado, os jovens socialistas acusam o novo Governo PSD/CDS-PP de ter contrariado “os apelos das associações académicas para que isto não acontecesse” e de “ignorar as suas preocupações e opiniões”.

“A extinção do Ministério da Tecnologia, Ciência e Ensino Superior em nada contribui para o desenvolvimento do nosso país. Esta é uma opção errada e a extinção deste ministério em nada contribui para resolver os problemas do ensino superior ou da ciência”, criticam.

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A orgânica do novo Governo, conhecida na quinta-feira, não prevê um ministério autónomo para o ensino superior, área que será integrada no Ministério da Educação, Ciência e Inovação.

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“O novo governo do PPD/PSD decidiu acabar com o Ministério da Tecnologia, Ciência e Ensino Superior, criando um superministério com demasiadas responsabilidades, sobrecarregado em áreas de governação e ignorando as especificidades de cada uma dessas áreas. Luís Montenegro decidiu eliminar um ministério que respondia e atendia ao nosso ensino superior e às suas problemáticas”, defendem estes jovens.

Para os Estudantes Socialistas, isto constitui “um retrocesso” em vez de “avançar na valorização dos estudantes, aprofundar as respostas na habitação estudantil, nas propinas e na saúde mental”.

“No nosso entender, a ciência e a tecnologia são duas áreas essenciais para o desenvolvimento económico e social do nosso país. Ter uma política pública para a ciência é crucial para que possamos incrementar o valor da nossa economia. A academia e a universidade são um motor de progresso e desenvolvimento do nosso país”, sustentam, no comunicado enviado aos jornalistas.

Os Estudantes Socialistas consideram que “a construção de um país melhor sempre se fez com os estudantes, ao lado dos estudantes e ouvindo com atenção as suas reivindicações” e que o “futuro não se constrói sem políticas públicas desenhadas especificamente para responder às problemáticas da disrupção tecnológica, da ciência ou do ensino superior”.

“Continuaremos atentos aos devaneios do governo do PPD/PSD mas também a apresentar soluções que respondam aos problemas concretos dos estudantes, investigadores, cientistas e bolseiros”, garantem, comprometendo-se a “defender o ensino superior público de qualidade em que conhecimento, ciência e tecnologia são indissociáveis”.