Pelo menos dois rockets atingiram a residência do primeiro-ministro do governo de Unidade Nacional da Líbia, Abdul Hamid Dbeibé, em Al Andalus, um bairro de Tripoli, na noite de domingo, sem causar vítimas.
Um elemento das forças de segurança da capital disse à agência de notícias EFE que o ataque, com rockets antitanque RPG disparados a partir do mar Mediterrâneo, não causou vítimas. A seguir ao ataque, os veículos armados do batalhão que guarda a casa do primeiro-ministro foram rapidamente posicionados no bairro de Al Andalus, acrescentou.
Dbeibé lidera desde fevereiro de 2021 um governo de transição apoiado pela ONU, com o objetivo de realizar eleições presidenciais e parlamentares, suspensas indefinidamente em dezembro. O adiamento levou a uma nova divisão administrativa do país em 2022, com a nomeação de um governo paralelo, baseado no leste da Líbia, que considera que o mandato de Dbeibé já terminou.
Ambas as administrações rivais manifestaram a intenção de realizar eleições, mas as contínuas divergências não permitiram chegar a acordo quanto a um calendário eleitoral, apesar da pressão internacional. O primeiro-ministro líbio também enfrentou no ano passado o poder crescente das milícias na capital, ligadas a um dos dois governos rivais, em alianças voláteis.
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Em fevereiro, o ministro do Interior do governo de Unidade da Líbia, general Imad Mustafa Trabelsi, ordenou às várias milícias armadas para abandonarem Tripoli, incluindo os membros do Aparelho de Apoio à Estabilidade (SSA, na sigla em inglês).
Numa conferência de imprensa, Trabelsi explicou que os grupos armados incluem também a milícia Força de Dissuasão (Rada), a 444.ª Brigada de Combate do Exército Líbio e a 111.ª Brigada de Combate, bem como a Força de Segurança Geral. “Qualquer pessoa que tente perturbar a segurança na capital será confrontada com a força, e não permitiremos o caos depois de a capital e os seus arredores terem registado uma estabilidade de segurança significativa”, afirmou.
A decisão surgiu dias depois de pelo menos dez pessoas terem sido mortas, incluindo membros da SSA, numa série de tiroteios dentro de uma casa no bairro de Abu Salim, em Tripoli. As autoridades ordenaram uma investigação aos acontecimentos.
Membros da Rada e da 444.ª Brigada de Combate, fações rivais ligadas às autoridades de unidade da Líbia, envolveram-se numa série de confrontos internos em agosto, que causaram mais de 50 mortos.