O Governo angolano vai poupar cerca de três mil milhões de kwanzas (3,3 milhões de euros) com a inauguração, esta terça-feira, da Central Fotovoltaica de Saurimo, empreendimento orçado em 38,8 milhões de euros.

O parque fotovoltaico de Saurimo, na província da Lunda Sul, é composto por 44.850 painéis solares e vai beneficiar mais de 170 mil pessoas, tendo sido inaugurado pelo ministro da Energia e Águas de Angola, João Baptista Borges.

João Baptista Borges considerou o projeto “um marco importante na trajetória que Angola faz rumo às novas energias renováveis”.

Segundo o ministro, aquela província diamantífera, até 2008, não tinha qualquer fonte de produção de energia, contando apenas com uma central térmica com cerca de cinco megawatts, surgindo posteriormente outras fontes igualmente térmicas, soluções para responder a um crescimento populacional e a uma procura por energia cada vez maior.

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O governante angolano sublinhou que aumentaram os custos para o Estado, devido ao desafio do transporte de combustível para a região leste, por, além de ser caro, ser “praticamente todo importado”.

“Esta solução do aumento da energia solar tornou-se de facto na chave para podermos dispor aqui de uma fonte de produção de energia que reduza significativamente os custos. Estamos a falar de 43 milhões de litros de combustível que foram consumidos no ano passado, durante 2023, prevendo que este ano tenhamos uma redução de 19 milhões com a introdução deste parque solar”, disse.

O titular da pasta da Energia e Águas de Angola destacou a poupança em quase 50%, com o fornecimento de energia fotovoltaica de dia e energia térmica à noite.

“É sem dúvida uma poupança grande, o custo no ano passado com os 43 milhões [de litros de combustíveis] foi de quase seis mil milhões de kwanzas (6,6 milhões de euros) e prevemos que possamos ter uma poupança de quase três mil milhões a partir de agora”, frisou o ministro.

O parque fotovoltaico de Saurimo faz parte de um conjunto de sete, com uma capacidade total de 370 MWp, nas províncias de Benguela, Huambo, Bié, Lunda Norte e Moxico, que deverão estar operacionais até ao final deste ano.