Em cinco jogos frente ao Sporting desde que chegou a Portugal para orientar o Benfica, com a conquista de um Campeonato e uma Supertaça até ao momento, há três “regras” transversais a todos esses dérbis: 1) o empate é o resultado mais comum, sendo que nos dois encontros em que não aconteceu as margens dos dois triunfos foram mínimas; 2) as partidas têm sempre três ou mais golos, com especial enfoque nas segundas partes; 3) os leões começam sempre na frente. Foi isso que voltou a acontecer na Luz, na segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal, mas podia não ter sido. “Não devia ser”, acrescentou mesmo Roger Schmidt na conferência de imprensa de antevisão a mais um dérbi com os rivais, desta feita em Alvalade.

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Essa foi talvez a maior diferença em relação aos quatro jogos anteriores com o Sporting, dois na temporada passada e outros dois na presente época: nunca o Benfica conseguiu estar tenta tempo a comandar o jogo, a criar oportunidades sem consentir o mesmo ao adversário e a agir sem estar apenas a reagir. No entanto, a primeira parte acabou mesmo sem golos, com o empate a dois no final a ser também insuficiente para evitar a eliminação da Taça de Portugal. Esse é o principal ponto que Roger Schmidt quer agora alterar, sem deixar de assinalar as melhorias que viu na equipa encarnada a defrontar os leões de Rúben Amorim.

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“São sempre jogos difíceis, de topo como na terça-feira. Agora é o mesmo, num estádio diferente. O ambiente é diferente. As equipas mostraram que estão bem. Fizemos um bom jogo e estamos num bom momento de forma mental, física e tática. É um jogo diferente, começa do zero”, referiu. “Sabemos da situação na Liga e seria muito bom ganhar este jogo. É uma corrida em aberto até ao último jogo. A luta pelo título é muito exigente e penso que é um jogo crucial. Temos de nos focar em fazer um jogo de topo. Fizemos um jogo muito bom na terça-feira, evoluímos em algumas coisas taticamente. Temos de melhorar a nossa eficácia, podíamos ter ganho. Penso que merecíamos ganhar mas isto é futebol, nem sempre quando és melhor tens os três pontos. Devemos criar oportunidades como na terça-feira mas temos de aproveitá-las”, acrescentou.

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Em paralelo, e assumindo esse “jogo crucial”, o germânico recusou qualquer tipo de pressão extra pela atual posição na classificação com o Benfica com menos um ponto e mais um jogo. “Se o Sporting ganhar é mais difícil para nós sermos campeões. Um empate também não torna as coisas fáceis. Se ganharmos, claro que é uma situação diferente. Mas penso que é decisivo para ambos. No momento, eles têm mais pontos. A situação deles é um pouco melhor. Pressão, temos sempre. Precisamos de ganhar e temos de ver mais como uma oportunidade do que como uma situação de pressão”, comentou o técnico a esse propósito, assumindo que seria bom pela primeira vez em dérbis em Portugal entrar no jogo em situação de vantagem.

É sempre melhor marcar primeiro em qualquer jogo mas também é bom dar a volta ao jogo, demonstra que mentalmente estamos forte. A nossa abordagem é não sofrermos golos, claro, mas queremos também mostrar um dos nossos objetivos na Liga: jogar um futebol atacante”.

Por fim, e depois de mais uma partida que terminou com queixas em relação à arbitragem, neste caso num lance entre Coates e Rafa na área verde e branca, Roger Schmidt preferiu focar-se naquilo que a equipa deve fazer em campo. “Para ser honesto, espero que no final ninguém fale da arbitragem. Sempre foi o meu objetivo não falar dos árbitros e garantir que haja um jogo justo. Espero que tomem boas decisões para as duas equipas. Não ficámos contentes com a exibição do árbitro na Taça de Portugal. Penso que todos podem perceber isso, porque se fosse ao contrário, o Sporting também se queixava. É normal. Há sempre pressão para os árbitros, também são profissionais”, concluiu o treinador alemão antes do dérbi.

“Não quero queixar-me sempre dos árbitros, mas todos viram.” Schmidt deixa críticas, mas elogia “um dos melhores jogos” desde que chegou