Depois de Luís Montenegro ter arrancado o primeiro debate parlamentar enquanto primeiro-ministro a disparar uma série de medidas para os primeiros meses de legislatura, Pedro Nuno Santos não quis ficar atrás e lançou as suas próprias propostas. Com o PSD a pressionar o PS para que vá viabilizando a governação de Luís Montenegro, os socialistas devolveram a pressão, desafiando: “Ficamos à espera para ver como vão votar estas iniciativas”.

Durante a sua intervenção de encerramento no debate sobre o Programa de Governo, Pedro Nuno Santos prometeu que o PS estará ativo e com iniciativa no Parlamento e adiantou quais serão as primeiras medidas a que dará prioridade:

  • Reduzir IVA da eletricidade;
  • Excluir o rendimento dos filhos como condição para o Complemento Solidário para Idosos;
  • Eliminar portagens nas ex-SCUT;
  • Aumentar a despesa dedutível com arrendamento até atingir os 800 euros;
  • Alargar o apoio ao alojamento estudantil aos bolseiros.

Houve medidas, como a eliminação das portagens, que levaram a protestos na bancada do Chega. Já o próprio PSD, pela voz de Hugo Soares, classificou como “hipocrisia política” a iniciativa do PS, por não ter adotado as medidas quando estava no Governo (“estávamos a criar condições”, ouvia-se na bancada socialista).

Pedro Nuno Santos deixou, assim, a promessa de que o PS terá iniciativas próprias e alinhará com o PSD “para defender o regime, a democracia e a Constituição”, mas não a nível programático — “o Chega e a IL estão mais próximos do programa de governo da AD do que o PS”.

O discurso chegou minutos antes da votação do Programa do Governo, na qual o PS se absteve, como tinha dito que faria, para não provocar nenhum “bloqueio constitucional” que impedisse o Executivo de governar.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR