No meio de tantos recordes, o melhor ataque do Campeonato ainda tinha mais recordes para bater. Com a entrada a todo o gás em Barcelos que “atropelou” o Gil Vicente na primeira parte, o Sporting conseguiu fazer algo que não alcançava há mais de duas décadas: marcar quatro golos nos 45 minutos iniciais de um jogo da Primeira Liga, algo que não acontecia desde 2001/02 (P. Ferreira) e, no plano geral, desde 2006/07 (Taça, com o Pinhalnovense). Com isso, o encontro ficou praticamente resolvido e permitiu gerir alguns elementos no plano físico. No entanto, outros registos estavam alcançados – e Rúben Amorim quer ainda mais.

A equipa que faz da euforia a sua anti-depressão a caminho do título (a crónica do Gil Vicente-Sporting)

Com mais quatro golos, o Sporting reforçou a posição de melhor ataque do Campeonato de 2023/24 com 83 golos e também a posição de melhor ataque na prova do clube nas últimas cinco décadas, quando os leões terminaram com um total de 96 golos. Mais: ao todo, entre Campeonato, Taça de Portugal, Taça da Liga e Liga Europa, o conjunto verde e branco leva 127 golos naquela que já é a sexta melhor marca de sempre, sendo o melhor desde a época de 1946/47 nos tempos do célebre ataque dos Cinco Violinos.

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Em termos globais, os registos mantêm a senda altamente positiva. Num encontro que permitiu prolongar a atual série para 17 jogos a marcar sempre dois ou mais golos no Campeonato (e 36 sempre a fazer pelo menos um golo), o Sporting alcançou a 14.ª vitória nos últimos 15 encontros realizados (sexta de forma consecutiva), sendo que na segunda volta os leões cederam pontos apenas no empate em Vila do Conde frente ao Rio Ave. Apesar de tudo isso, e já na conferência de imprensa, Rúben Amorim, que viu um dos topos levantar várias tarjas com a hashtag #ficaAmorim, admitiu que queria um pouco mais na segunda parte porque, não sabendo se poderá ou não haver empate de pontos no final, o desempate sairá… dos golos.

Antes, o técnico leonino valorizou a entrada da equipa em campo e abordou também a onda de apoio que se voltou a sentir em Barcelos. “Foi uma vitória competente. Entrámos com uma velocidade muito grande, resolvemos cedo e depois gerimos as peças, quem precisava de jogar e quem precisava de sair. Temos batalhas a seguir. Esta não estava ganha mas estava controlada e correu tudo bem. Ritmo caiu na segunda parte? Um bocadinho mas o Gil Vicente foi mais agressivo. Com tantas mudanças cedo sentimos isso, com a dificuldade de dois pés direitos nos corredores, mesmo com o Ricardo Esgaio jogando bem na esquerda, tirou alguma qualidade ao jogo. É normal, tivemos o jogo controlado, tirando a última oportunidade do Gil, em que temos de fazer melhor, porque tivemos sempre o jogo controlado”, salientou à SportTV.

“Apoio dos adeptos? É inacreditável. O barulho, a alegria das pessoas, o jogo ajudou muito, toda a gente a festejar durante uns 60 minutos…. Ficamos contentes, diz muito do nosso clube. Depois de um ano tão difícil, ter as pessoas ao nosso lado mostra que estamos a fazer bem as coisas. Mas agora é pegar nos carros, voltar a casa e depois tudo para Famalicão, para repetir a mesma coisa”, destacou o técnico.

Em paralelo, Rúben Amorim comentou também o facto de o Sporting ter igualado o número de pontos da última temporada com menos seis jogos. “Também começámos o Campeonato com menos mudanças… Teve de existir no ano passado, perdemos foco aí, perdemos jogos no início. No ano passado formos eliminados neste estádio pelo Varzim. Isso foi dito na palestra antes do jogo. Nada está feito mas é um treinador com sentimento diferente o que está aqui. Estou focado nas mesmas coisas. O futebol é muito rápido: da mesma forma que mudou, pode mudar outra vez. Se alguém acredita na hipótese de ainda perder o título? Nós acreditamos ainda que podemos não ganhar, isso é o mais importante. Não interessa o que os outros pensam. O bom é que acreditamos muito mais que podemos ganhá-lo. Temos sempre de ter isso na cabeça, porque vamos ter mais dias difíceis. Que estamos mais perto, estamos mais perto”, concluiu.