Henri do Luxemburgo disse que já tem em mente uma data para a sua abdicação, escreve a revista Point de Vue. “Há planos. Chegará um dia em que terá de ser feito e, a dada altura, tenciono reformar-me. Isso é óbvio”, cita a revista, a partir de uma entrevista ao programa Place Royale, no canal belga RTL, na companhia da grã-duquesa Maria Teresa e no Castelo de Colmar-Berg, emitida no passado sábado.
No domingo foi a vez do jornal belga La Libre publicar também uma conversa com o chefe da casa de Nassau. “Tudo isto é planeado em consulta familiar. Penso que é muito importante dar uma perspetiva aos jovens. A transmissão e a confiança são os dois elementos essenciais da minha relação com o meu filho Guillaume”, disse o Grão-duque ao jornal, explicando que não está a pensar sozinho neste processo de transição. Na linha de sucessão está o mais velho dos cinco filhos dos grão-duques, o príncipe Guillaume.
“A monarquia proporciona estabilidade, o que beneficia a democracia. A população sente que há continuidade. Sublinho sempre o aspeto familiar: há o Grão-Duque, a Grã-Duquesa e os filhos, que assumem responsabilidades de vez em quando. Estou convencido de que existe uma grande confiança entre o povo e a nossa família”, disse ainda Henri ao jornal belga, citado pela revista Point de Vue.
O Grão-duque deu as duas entrevistas nos últimos dias, em antecipação à visita de estado de três dias que o casal soberano do Luxemburgo começa esta terça-feira à Bélgica, onde foram recebidos pelos reis Philippe e Mathilde, como se pode ver nas imagens no topo deste artigo.
O Rei dos belgas fez 64 anos esta segunda-feira e o Grão-duque do Luxemburgo completa 69 esta terça-feira. Para celebrarem, divulgaram nas redes sociais imagens onde os podemos ver a partilhar um bolo com duas velas.
Henri tornou-se Grão-duque a 7 de outubro de 2000. Sucedeu ao pai, o Grão-Duque Jean, quando este abdicou ao fim de 45 anos no trono. No Luxemburgo abdicar é uma tradição na família real, que terá sido começada pela avó de Henri, a Grã-duquesa Charlotte, que abdicou em novembro de 1964, volvidos outros tantos 45 anos como soberana.
Depois da sua irmã Marie-Adélaide, que foi obrigada a renunciar em 1918, foi a Grã-Duquesa Charlotte que iniciou a tradição da renúncia voluntária, passando o testemunho ao seu filho Grão-Duque Jean, após 45 anos no trono. Henri do Luxemburgo assumiu o cargo em 2000, depois de o seu pai ter decidido entregar-lhe as rédeas do país.