A greve dos trabalhadores da Cimpor, que se iniciou esta terça-feira, está a registar uma “excelente adesão”, tendo já levado à paragem ou perturbações na produção, disse à Lusa Fátima Messias, da Feviccom.
Segundo a dirigente sindical, da Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom), a paralisação conta “com uma excelente adesão, desde logo de manhã, a partir das 8h00”.
Fátima Messias disse que a produção na fábrica de Alhandra parou e está também parada na unidade de Loulé, indicando que na Maia há perturbações no carregamento e na fábrica de Souselas “conta-se com maior adesão” a partir do turno das 16:00.
No caso da Ciarga, uma sociedade mais pequena que pertence ao grupo, a paragem atinge os 100%, assegurou.
Ainda que não consiga calcular uma percentagem de adesão à greve, Fátima Messias disse que “quando se consegue parar os fornos e as saídas de cimento, além dos laboratórios, do setor administrativo, do aprovisionamento e das oficinas, que também estão a aderir, isso é a marca de greves com muita adesão”.
A paralisação começou às 6h00 desta terça-feira e termina às 6h00 de sexta-feira.
Os trabalhadores reclamam aumentos salariais de 8% em 2024, num mínimo de 200 euros, um período normal de trabalho de 37 horas semanais a partir de 1 de janeiro de 2025, o pagamento de anuidades, a retribuição do trabalho por turnos, feriados no regime de laboração contínua e o pagamento do 15.º mês.
Entre as reivindicações estão ainda apoio escolar a filhos dos trabalhadores, transportes e abonos para deslocações, o alargamento da progressão de carreira de diversas categorias profissionais, a criação de uma nova categoria profissional de Oficial de Conservação Elétrica e Eletrónica e melhorias no serviço de prevenção.
Neste momento, ainda não houve contactos entre os trabalhadores e a empresa, disse a dirigente da Feviccom. “A decisão dos trabalhadores é não baixar os braços porque já percebemos que a atual administração da Cimpor quer retirar-nos os nossos direitos e estamos disponíveis para continuar a luta de todas as formas que forem necessárias a todo o momento, para não deixar que isso aconteça”, disse a sindicalista.
A Lusa contactou a Cimpor, que foi adquirida recentemente pela Taiwan Cement Corporation (TCC), e encontra-se à espera de resposta.
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