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Ao longo dos últimos meses, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem salientado a necessidade de obter mais ajuda por parte do Ocidente para conseguir resistir aos avanços da Rússia. Se, por um lado, as forças da Ucrânia estão a ficar sem munições e os soldados aparentam já não acreditar que vão ter o apoio de países ocidentais “durante o tempo que for necessário”, por outro começam a perder “o ânimo” que tinham no início do conflito.
Vários oficiais ucranianos, que falaram com o jornal Politico sob condição de anonimato, preveem um potencial colapso de linhas da frente e mais perdas no verão, quando a Rússia, com mais homens no seu exército, lançar a sua esperada ofensiva. As forças de Kiev estão abaladas pelas perdas que têm sofrido no campo de batalha e os jovens parecem já não querer combater pelo país.
Numa reportagem esta quarta-feira publicada, elaborada ao longo do último mês, na Ucrânia, o Politico detalha que se nos primeiros meses os homens elegíveis para combater faziam filas nos centros de recrutamento, agora alguns jovens passam o seu tempo em bares e discotecas, enquanto outros deixaram o país.
Valeriy Zaluzhny, antigo alto comandante ucraniano, estimou que possam ser necessários mais 500 mil soldados para apoiar o exército de Kiev. Porém, as chefias da Ucrânia hesitam em fazer uma convocação em massa. Andriy Yermak, chefe de gabinete de Zelensky, explicou que para o Presidente ucraniano é “muito importante” continuar a ser visto como “o presidente do povo”. Ou seja, o líder ucraniano pretende a população se aliste porque quer e não “apenas porque ordenaram que o fizessem”. Além disso, Yermak reconheceu que “as pessoas estão a enfraquecer” e explicou que costuma viajar, com Zelensky, para “alguns dos lugares mais perigosos”, para recrutar cidadãos, dizendo-lhes que o seu nome “vai ficar nos livros de História”.
O Politico indica que, em reuniões recentes, os líderes do país têm vindo a reconhecer que o moral da população está a diminuir e não têm escondido a frustração com o Ocidente devido à necessidade de receberem mais ajuda militar para combater contra a Rússia. No final de março, a frustração ficou evidente quando, ao mesmo jornal, Dmytro Kuleba, ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, fez um apelo: “Deem-nos o raio dos Patriots.”