O ministro da Presidência, António Leitão Amaro deu esta sexta-feira explicações sobre o caso da secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, que em 2015 saiu da CP com uma compensação de 80 mil euros para integrar a administração do regulador.
Na conferência de imprensa realizada após o Conselho de Ministros, Leitão Amaro relativizou o pagamento da referida compensação, sublinhando que foi uma situação igual à de 400 trabalhadores que saíram da CP, ao abrigo de um programa aberto durante quatro anos. Nesse ano, em 2015, a CP tinha um pacote de quatro milhões de euros para estes pagamentos por rescisão por mútuo acordo, referiu, desvalorizando os 80.000 mil euros pagos a Cristina Pinto Dias.
Leitão Amaro sublinha ainda que a então vice-presidente da CP negociou a saída como técnica superior da CP e não como administradora, e com base num salário inferior ao que ganhava na administração.
Cristina Pinto Dias, afirmou, perdeu 18 anos de antiguidade (na CP) e para garantir a ética, abdicou também do direito de regressar à empresa — uma vez que a CP está debaixo da supervisão da Autoridade de Mobilidade e Transporte. Ao ter havido aquela quebra do direito de regresso, a “decisão foi a que mais serviu a imparcialidade na regulação pública independente”, argumentou ainda.
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As regras aplicadas à secretária de Estado foram as mesmas aplicadas a todos os trabalhadores da CP. E ao abdicar do direito de regresso, Cristina Pinto Dias, garantiu que estava alguém imparcial na regulação independente. Estes argumentos sobre o comportamento da nova secretária de Estado surgiram depois das declarações ao Observador do ministro das Infraestruturas nas quais Miguel Pinto Luz assegurava ter avaliado a legalidade da conduta da sua secretária de Estado antes de a nomear.