Para um lado ou para outro, este poderia ser apenas mais um clássico entre o provável cenário de mais três, quatro, cinco ou no limite seis clássicos até ao final da época. Porquê? As contas eram mais ou menos fáceis de fazer: assumindo que em todos os outros encontros destas duas últimas jornadas da fase regular da Liga de basquetebol imperava a lei do mais forte, uma vitória do Sporting no Dragão Arena poderia estender a passadeira da liderança ao Benfica sem que os leões subissem ao terceiro lugar caso a Oliveirense ganhasse mas um triunfo do FC Porto permitiria reforçar a o topo e empurraria mais os verde e brancos para a quarta posição, havendo possibilidade de cruzamento nas meias-finais da prova além de um possível reencontro na decisão da Taça Hugo dos Santos. Mais do que classificações, este era um teste ao estado das equipas.

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“Não é um jogo de título mas é um jogo muito importante para os nossos objetivos e para mantermos o primeiro lugar. Apesar de algumas lesões no Sporting, nós também as temos. Devemos encarar o jogo de uma forma muito séria e coesa, voltando a ter o caráter e a personalidade que temos demonstrado durante a época. Vai ser um encontro diferente do que fizemos na Taça de Portugal, com diferentes soluções defensivas e ofensivas. São jogos de grande intensidade e de grande motivação também. Apesar da última derrota em Ovar, temos quatro desaires na fase regular e estamos a fazer um ótimo trajeto, por isso temos de lutar para manter o primeiro lugar e ter a vantagem casa nos playoffs”, referira Fernando Sá, técnico do FC Porto que renovou contrato esta temporada depois da surpreendente derrota frente à Ovarense (88-84).

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“As circunstâncias mudaram nesta altura porque o plantel tem sido fustigado por uma série de lesões e só contará apenas dois estrangeiros. As nossa armas não são iguais às que tínhamos mas a ambição e o querer ganhar existem. A única forma que temos de competir é trabalhar, lutar e querer mais. Temos de ter mais vontade do que eles pois só assim poderemos competir e ganhar. Vai abrir-se algum espaço para jogadores mais jovens. “O Salvador [Gomes, extremo de 18 anos] e o Dinis [Cherepenko, poste de 18 anos] vão ter uma oportunidade clara para mostrar o que podem fazer”, defendera o técnico leonino, Pedro Nuno.

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Apesar do desequilíbrio teórico nos jogadores à disposição, o que acentuava o favoritismo teórico dos azuis e brancos, era o Sporting que partia para o encontro relativo à penúltima jornada da fase regular da Liga com a vantagem no confronto direto esta temporada, tendo ganho na primeira volta do Campeonato e na fase de grupos da Taça Hugo dos Santos e perdido fora para a Taça de Portugal num encontro em aberto até à última posse de bola. Agora, o único mérito dos leões foi mesmo ter chegado ao último período dentro do resultado: o FC Porto, com muitas mais e melhores opções em termos individuais e coletivos, esteve sempre na frente e disparou de vez nos últimos dez minutos, ganhando o clássico e dando um passo gigante para assegurar o primeiro lugar da fase regular… podendo encontrar de novo o Sporting nas meias-finais da Liga.

A primeira parte acabou por passar muito à volta das baixas da equipa do Sporting (LoVett Jr., Ron Curry, Malvin Clark Jr. e Eddie Ekiyor, que são mais de 50% das vagas para estrangeiros no plantel) da capacidade que as segundas linhas teriam para dar uma resposta à altura. Diogo Ventura ainda deu vantagem aos leões por 2-1 a abrir mas o FC Porto conseguiu depois agarrar no comando das operações, liderando o marcador com uma vantagem máxima de oito pontos antes de fechar o primeiro período com 23-17. Antes do período de descanso, houve uma reação. Os dragões tinham vantagem no jogo interior, na luta das tabelas e em situações de 1×1 mas os leões, com um jogo “humilde” mas sempre certinho e a potenciar os pontos fortes que foi reduzindo diferenças e fechou o primeiro tempo com a diferença de uma posse (41-39).

Tanner Omlid, Carlos Cardoso e Temidayo Yussuf eram os melhores marcadores com 12 pontos cada, sendo que também Kloof estava em destaque pelos desequilíbrios que conseguia criar em jogo ofensivo. Depois, houve mais cartadas a sair das mãos azuis e brancas, não só no tiro exterior de Melvin e Barber mas também no peso de Phil Fayne no jogo interior. O Sporting, com Yussuf e Ventura a recusarem desistir, ainda tentou manter-se dentro do resultado e chegou ao final do terceiro período atrás por seis pontos (67-61) mas a parte física começou a ganhar outro peso na partida, com Omlid a voltar a abrir o livro a marcar e a assistir e a colocar a diferença pela primeira vez nos dez pontos (76-66) até ao triunfo final por 86-72.