Foi há pouco mais de três anos e meio, ainda hoje está na memória de alguns, entretanto passaram-se quase 20 clássicos. Os encontros entre Sporting e FC Porto no basquetebol nacional têm sido mais do que muitos e esta quarta-feira volta a haver clássico no Pavilhão João Rocha que decidiu o título de 2021 mas para a Taça Hugo dos Santos, a estrear um novo formato com fase de grupos antes da Final Four das decisões. E se na Liga as duas equipas têm o mesmo número de derrotas (podendo ficar igualados na liderança da competição caso os leões vençam a partida em atraso nos Açores com o Lusitânia), também nesta prova dividiam agora o primeiro lugar que dava acesso à qualificação direta para a fase seguinte. Por essa razão, e também por forma a ter uma poupança extra num calendário denso, ambos os conjuntos apostavam tudo no triunfo.

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“As expectativas são as de sempre. Vai ser um jogo difícil e teoricamente equilibrado. Os jogos anteriores foram decididos nos últimos momentos, inclusivamente o da Taça de Portugal, em que tivemos duas bolas para passar para a frente. São jogos sempre difíceis, bons de ver e equilibrados. O FC Porto é uma equipa que está a passar um bom momento. Perderam o último jogo mas não é isso que lhes tira o bom momento. É uma equipa com muito talento ofensivo, um atleticismo acima da média e muita qualidade individual. Resolve muitos problemas que lhe são colocados de uma forma individual mas acima de tudo é uma equipa com enorme talento. As dificuldades serão as de sempre, enormes. Vamos ver qual das equipas coloca mais problemas à outra”, comentara Pedro Nuno, técnico dos leões, em declarações ao site do clube.

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“Sofremos uma derrota dura contra o Benfica mas já reagrupámos e sabemos que teremos outro jogo difícil contra o Sporting. Vai ser um grande desafio contra um adversário que quer entrar bem e estamos a preparar-nos focados no plano de jogo. Sabemos o que temos de fazer para vencer o Sporting. O grau de competitividade é alto, o Sporting tem sido sempre um adversário complicado. São uma boa equipa, têm um plantel forte e os jogos são sempre equilibrados. Devem entrar com a energia que os carateriza, com a mesma agressividade que o Benfica apresentou e temos que dar tudo desde a bola ao ar. É importante ganhar em casa do Sporting para nos mantermos em primeiro”, destacara Cleveland Melvin, norte-americano que tem sido um dos destaques dos dragões esta temporada, ao site dos azuis azuis e brancos.

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A própria história dos recentes confrontos entre os dois conjuntos mostrava a tendência de equilíbrio que tem marcado os duelos diretos em 2023/24, com o Sporting a vencer em casa para o Campeonato por quatro pontos (83-79) e o FC Porto a vencer no Dragão Arena para a Taça de Portugal por dois pontos (81-79). Agora, numa partida marcada pela alternância de períodos melhores entre os dois conjuntos, acabou por prevalecer mais uma vez o “fator casa”, com os leões a isolarem-se na liderança do grupo B da Taça Hugo dos Santos antes da paragem nas competições nacionais para compromissos da Seleção portuguesa.

O jogo começou a um bom ritmo e com o FC Porto com pequenas vantagens fruto do tiro exterior que de início ia saindo a favor dos azuis e brancos. A partir daí, as defesas foram conseguindo acertar, também as percentagens de lançamento baixaram e o Sporting aproveitou para conseguir a maior vantagem da partida até esse momento (15-9), aumentada pouco depois com triplos consecutivos de Diogo Araújo e LoVett Jr. (21-13) entre a primeira “picardia” entre Tanner Omlid e as bancadas no regresso ao Pavilhão João Rocha. O primeiro período terminou com avanço verde e branco de 23-17 e um momento de tensão entre jogadores que foi prontamente sanado, o segundo parcial começou com os visitados a todo o gás com um parcial de 10-0 que deu a vantagem máxima de 33-19 antes da recuperação dos dragões assente em ressaltos ofensivos que não conseguiu reduzir o impacto do mau recomeço para um resultado de 51-36 ao intervalo.

Quando se esperava um prolongamento do bom jogo de basquetebol, o início da segunda parte começou com vários lançamentos falhados e erros individuais que ainda assim tiveram sempre um ponto em comum: um FC Porto cada vez melhor a defender, a condicionar quase por completo as principais unidades leoninas e a encontrar outras formas de atacar o cesto que permitiram reduzir a desvantagem para apenas quatro pontos à entrada do quarto e último período (63-59). O jogo estava em aberto, com os dragões a terem mesmo uma posse para passar para a frente, até à boa resposta de Pedro Nuno e ao reaparecimento de Eddie Ekiyor, que proporcionou um parcial que valeu nova vantagem de 12 pontos (75-63). Esse acabou por ser o momento decisivo para fechar de vez a partida, que terminou com uma vitória dos leões por 81-71 num Dia dos Namorados em que nem foi preciso LoVett Jr. estar ao nível habitual perante as exibições de Ekiyor (29 pontos e 19 ressaltos), André Cruz ou Yussuf, último reforço que vai mostrando serviço nesta nova etapa.