A principal polémica do dia em relação à campanha do FC Porto, que ganhou este domingo em Rio Maior ao Casa Pia e regressou ao terceiro lugar do Campeonato com os mesmos pontos do Sp. Braga, teve como ponto inicial uma parte da entrevista de André Villas-Boas ao jornal O Jogo e à TSF. Aí, já depois de passar ao lado das acusações da lista de Pinto da Costa de que iria usar a Goldman Sachs para tentar resolver os problemas financeiros dos dragões, o antigo treinador voltou a falar da figura de João Rafael Koehler, empresário que entrou como vice-presidente na lista do atual líder, e de uma empresa em específico: a Wise Pirates.

“Sabemos, da informação que conseguimos reunir, que há uma empresa detida em 60% pelo fundo Quadrantis a fornecer serviços de marketing ao FC Porto a 51 mil euros por mês, empresa essa detida por João Koehler. É importante saber se esses serviços de marketing, a 51 mil euros por mês, têm a ver com a candidatura do presidente Pinto da Costa. Temos de analisar qual será o objeto do contrato. Temos a informação de que essa empresa anda a cobrar esses valores ao FC Porto, uma empresa chamada Wise Pirates. Ou seja, será que anda a pagar a candidatura do candidato Pinto da Costa, nas intervenções, por conta de faturas pagas pela Wise Pirates? São situações que iremos analisar quando lá chegarmos mas que são reveladoras novamente dos interesses alheios que estão presentes na outra candidatura”, referiu.

Na reação, a empresa negou as acusações. “A Wise Pirates não fez até hoje nem faz atualmente nenhuma campanha eleitoral de nenhum partido, clube de futebol ou qualquer outra organização e não tem nenhum serviço com nenhum clube de futebol ou SAD, em Portugal ou qualquer outro país. Por outro lado, nos casos em que existem serviços acordados e contratos correspondentes, a informação contratual é sempre tratada com confidencialidade e integridade. A Wise Pirates protege integralmente os dados dos seus clientes e clientes finais dos mesmos de forma profissional e segura, sem exceção”, referiu em comunicado.

“É falso que a Wise Pirates tenha realizado ou esteja a realizar serviços de campanha eleitoral a alguma das listas. Já por diversas vezes nas últimas semanas foi a Wise Pirates leviana e falsamente associada a estar a fazer a gestão de marketing digital de uma das listas (A) por pessoas (quase sempre ‘pessoas’ sem rosto identificável) associadas a uma das outras listas (B). A empresa tinha optado por não responder a essas falsidades, mas a tolerância do que é aceitável no período quente de uma disputa desta natureza têm contudo limites que não podem ser ultrapassados”, acrescentou ao longo de dez pontos do supracitado comunicado. “Quando essas falsidades surgem, ainda que como alegações hipotéticas, por alguém com elevada responsabilidade e notoriedade, a situação torna-se inaceitável. A alegação falsa criada pelo candidato, sem fast checking, é de uma irresponsabilidade inqualificável”, destacou a Wise Pirates.

Apesar do desmentido, a acusação de Villas-Boas fazia sentido. A Wise Pirates emitiu duas faturas ao clube azul e branco, em dezembro de 2023 e janeiro de 2024, num valor total de 77.490 euros, não se sabendo se nos meses que se seguiram houve mais faturas lançadas para esses pagamentos já com IVA incluído. Ainda assim, aquilo que ficou foi a “fuga” interna de documentos para fora, neste caso para conhecimento de André Villas-Boas, o que quase comprovou algo que tinha sido defendido por Koehler este sábado em entrevista à CNN Portugal. “Este lavar de roupa suja sobre a vida interna do clube, muitas vezes com informação passada cá para fora por funcionários do clube afetos à lista opositora à nossa, só nos prejudica”, tinha referido este fim de semana o empresário que integra a lista candidata de Pinto da Costa.

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