O exército do Equador reprimiu uma tentativa de motim numa prisão no centro do país, no dia em que os equatorianos foram às urnas para um referendo sobre segurança e justiça, convocado pelo Presidente.
Pelo menos quatro reclusos ficaram feridos e receberam tratamento médico na prisão da cidade de Quevedo, capital da província de Los Ríos, disseram as forças armadas do Equador no domingo. O exército, que desde janeiro está encarregado da segurança das prisões do Equador, disse na rede social X (antigo Twitter) ter recuperado por completo o controlo do estabelecimento prisional de Los Ríos.
Fuerzas Armadas intervienen el CPL #LosRíos ante un posible intento de amotinamiento, donde se recuperó el control TOTAL del centro penitenciario. Como resultado del evento cuatro PPL presentan lesiones y se encuentran en atención médica. pic.twitter.com/IEs65xhOJt
— Fuerzas Armadas del Ecuador (@FFAAECUADOR) April 21, 2024
A gestão e a segurança das prisões estiveram entre as 11 perguntas da consulta popular convocada pelo Presidente do Equador, Daniel Noboa, realizada no domingo, numa altura em que o país enfrenta uma onda de violência.
Uma das questões propõe que seja o exército a controlar o acesso às prisões, centro da crise de violência que levou o Equador a tornar-se um dos países com maior número de homicídios da América Latina, com uma taxa de 45 por 100 mil habitantes em 2023.
O referendo propõe também que os militares apoiem a polícia em operações contra o crime organizado de forma permanente, mesmo sem o estado de exceção decretado por Noboa no início do ano.
Enquanto decorria a votação, o diretor da prisão de El Rodeo, em Portoviejo, na província costeira de Manabí, foi assassinado, disse a agência estatal gestora das cadeias do país. Na quarta e na sexta-feira tinham sido assassinados dois presidentes de câmara de municípios do sul do país, onde há atividades de exploração mineira ilegal.
Entre outras questões, os equatorianos pronunciaram-se, entre outras questões, sobre a criação de tribunais especializados em direito constitucional, o reconhecimento da arbitragem internacional em qualquer jurisdição para atrair investimento estrangeiro e a autorização de contratos temporários à hora, para incentivar a criação de emprego.