André Villas-Boas chegou ao perímetro onde estão as filas para cada uma das mesas de voto por dentro do Estádio do Dragão, Pinto da Costa acedeu também pela garagem para subir depois e votar na mesa 1, Nuno Lobo acabou por fazer o caminho “normal” de todos os sócios chegando via Alameda do Dragão e ficando junto deles até chegar a hora de chegar à zona de voto. Aí, em intervenções distintas que foi tendo e que se voltaram a repetir depois de votar, o candidato da lista C admitiu o sonho de poder ser presidente do FC Porto mas falou sobretudo daquilo que foi uma campanha bipolarizada entre os outros dois candidatos.
“Já se estava a contar com toda esta afluência, devido à importância destas eleições, talvez também por terem atribuído a estas eleições um carácter decisivo para aquilo que é a vida do FC Porto. Vimos isto naquela que foi a primeira Assembleia Geral e o verdadeiro portismo é isto. É uma felicidade enorme ver tanto azul e branco, mostra-se a união que existe no clube. Sempre falei em unir e agregar, temos aqui a resposta do universo azul e branco”, começou por apontar Nuno Lobo, que já se tinha candidato em 2020 às eleições.
“Pinto da Costa e Villas-Boas? Foi quase uma luta fratricida, uma coisa terrível. Ouvi o presidente a falar em unir e agregar, palavras nossas, mas penso que do lado do André, até pela força que tem na comunicação social, nunca ouvi essas palavras vindas dele, unir, agregar… Com o mediatismo que tem, poderia ter usado essas palavras”, apontou. “Em 2020 bati-me contra os ordenados chorudos, contra a Academia feita à pressa em Matosinhos, não subscrevi a candidatura de Pinto da Costa, mas houve alguém que o fez, André Villas-Boas. Subscreveu o passivo, os capitais próprios negativos e aquela Academia. Quem está errado aqui? O primeiro subscritor de Pinto da Costa disse passados dois anos que está tudo péssimo”, atirou Nuno Lobo, num discurso muito crítico que teve sempre na mira o candidato da lista B.
“Em 2020 fomos a única candidatura que apresentou o futsal e de forma inegociável. Trazer o futebol feminino também está no meu programa, no ponto 14. Desafios do FC Porto? Não é uma situação fácil, com este divisionismo todo, mas acho que vai ser esquecido. Seja quem for o presidente, é liderar o melhor que pode. Cá estarei atento e vigilante”, prometeu Nuno Lobo, garantindo que em 2028 voltará a ir a sufrágio. “Não tenho obsessão pela cadeira de sonho. O que comanda a vida é o amor que tenho pelo FC Porto, é o que estou a fazer, é servir o FC Porto. Melhorar o resultado [de 2020, 4,91%] seria bom. O que os sócios decidirem, por mim está bem. A minha equipa não desiste e está comigo. Em 2028, estaremos cá outra vez, tenho a certeza absoluta”, concluiu o candidato da lista C, último a votar este sábado no Dragão.