Quando fala, é “o” acontecimento desse dia e a essa hora do FC Porto. Este sábado, nem por isso. Foi apenas “um” acontecimento. E apesar de ter havido um cuidado especial por parte de todas as candidaturas de não fazerem declarações nesse momento, a conferência de imprensa de Sérgio Conceição teve um menor impacto mediático do que é normal. Ainda assim, e mesmo no Olival, falou-se de eleições. E falou-se sobretudo de uma das notícias que marcou esta semana, com o anúncio da renovação de contrato até 2028.

“O timing é o que menos belisca a opinião de todos os sócios que vão votar, acredito que não vão decidir alguma coisa no último ou penúltimo dia. Esse é o primeiro ponto. Depois, foi meter no papel algo que já estava apalavrado com o nosso presidente. É importante também porque posso ter uma relação muito forte com o presidente, que além de presidente é meu amigo, mas isso não significa nada, pode não ver competência noutros amigos. Foi dessa forma que conseguimos, nos últimos sete anos, voltar a ter a hegemonia e sermos o único clube pentacampeão em Portugal. Falo da minha estadia aqui, temos praticamente tantos títulos como os dois rivais juntos. Foi, no fundo, olhar para o que tem sido este passado recente, o presente e o futuro”, comentou Sérgio Conceição na antecâmara da receção ao Sporting no Dragão.

“Distração na equipa? Acho que nada do que gravita à volta dos clubes que não seja o trabalho de campo e preparação do jogo pode interferir. Obviamente que acaba por criar algum ruído, e isso não é benéfico, não conseguimos bloquear a 100% o que se vai passando. Mas dentro do nosso trabalho, os jogadores têm de perceber que o importante, no papel deles, é o jogo de amanhã [domingo]. Tanto eu como o Rúben [Amorim], como treinadores e responsáveis, sabemos isso. Nada deve interferir, mas quando o árbitro apita isso é esquecido e o público quer é uma vitória, que a bola entre na baliza do adversário”, apontou.

Nem mesmo o ambiente no Estádio do Dragão, que poderá ser diferente qualquer que seja o resultado deste sufrágio eleitoral, coloca problemas a Sérgio Conceição. “Se for a ressaca de uns copos, isso é que é mau [risos] Mas a ressaca de um clube que está com uma vitalidade incrível, onde já votaram cerca de 7.000 sócios… Isto é bem demonstrativo da paixão e de tudo aquilo que é a vida do clube, porque no fundo quem faz e promove essa vida são os sócios. Nós temos muitos e muito apaixonados pelo clube, a prova disso é esta grande afluência às urnas e, sinceramente, não tem de ser uma ressaca. O termo normalmente é de algo negativo, mas acho que aqui é algo muito positivo para o clube. Espero que finalize da forma que eu quero e sinto que é o melhor para o nosso futuro próximo. Se não acontecer, os sócios é que decidem. Não há ressaca nenhuma, há sim o foco no jogo de amanhã”, voltou a reforçar o técnico portista.

Mais especificamente sobre o encontro, Sérgio Conceição mostrou-se confiante na resposta da equipa. “O que espero é um jogo dentro daquilo que são os clássicos do futebol português. Um jogo competitivo, onde vão estar presentes duas equipas com qualidade individual e coletiva, e esperamos ter uma equipa dentro disso, desse registo, dentro do que o Sporting tem feito. Em relação ao Dragão, claro que sim. Desejo, da mesma forma que já tivemos num outro clássico um Dragão cheio, que vibrem. Somos nós que temos de puxar por essa paixão, esse vibrar dos adeptos e essa interação. Temos de focar-nos na nossa equipa, nas nossas tarefas para fazermos um bom encontro e conseguir ganhar”, salientou o timoneiro dos dragões, sem querer abrir o jogo em relação às opções da equipa perante algumas ausências como a de João Mário.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR