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A atriz esquecida, um palco de rua ao por-do-sol e 1001 noites na Palestina: seis espetáculos para ver em maio

Este artigo tem mais de 6 meses

Uma avó e um neto conversam, um largo da capital vira palco de revoluções — sim, mesmo — e uma pergunta impõe-se: “Quem foi Manuela Rey?”. Eis os espetáculos para marcar na agenda este mês.

Depois de se estrear em Viana do Castelo em março, "Manuela Rey is in da House" mostra-se no Teatro Nacional de São João, no Porto
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Depois de se estrear em Viana do Castelo em março, "Manuela Rey is in da House" mostra-se no Teatro Nacional de São João, no Porto

Depois de se estrear em Viana do Castelo em março, "Manuela Rey is in da House" mostra-se no Teatro Nacional de São João, no Porto

“Matriarca ’74”

De Pedro Nunes | CAL — Centro de Artes Lisboa, Lisboa, 2 a 5 de maio

Uma atriz e um ator tomam o palco. São eles Isabel Passarito e Pedro Nunes, avó e neto. Num momento em que o 25 de abril de 1974 é ponto de partida para diversas criações, esta concentra-se no poder revolucionário da voz. Que Abril está por cumprir para esta mulher artista septuagenária? Nesta conversa entre duas gerações, atesta-se a importância da escuta e do silêncio, dilui-se a ficção na autobiografia.

"Matriarca 74'" foi um dos projetos selecionados pelo programa Artistas Douro, da companhia mala voadora, que atribui bolsas a artistas emergentes do Porto, com financiamento da Câmara Municipal do Porto e o apoio d’A Oficina

A criação é de Pedro Nunes, jovem ator e encenador emergente do Porto, intérprete em Ifigénia, de Tiago Rodrigues, com direção de Claudia Stavisky, e que trabalhou como assistente de encenação em As Bruxas de Salém, de Arthur Miller, e Fado Alexandrino, de António Lobo Antunes, ambas encenações de Nuno Cardoso.

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CAL — Centro de Artes Lisboa, Lisboa. 2 a 5 de maio. Quinta-feira a sábado, às 19h, domingo, às 17h. Bilhetes a €10.

“Manuela Rey is in da House”

De Fran Nuñez | Teatro Nacional São João, Porto, 16 a 17 de maio

Quem é Manuela Rey? O Teatro do Noroeste mergulha na história desta atriz e escritora portuguesa, esquecida do teatro galego e português e cuja carreira fulgurante foi interrompida pela morte precoce em 1866, aos 23 anos.

O Teatro do Noroeste recupera a história de Manuela Rey, enigmática figura do teatro, com "Manuela Rey Is In Da House". A encenação e dramaturgia é de Fran Núñez, diretor do Centro Dramático Galego

Manuela Rey is in da House, com encenação e dramaturgia de Fran Núñez, diretor do Centro Dramático Galego, é uma espécie de regresso triunfal de Manuela Rey aos palcos e uma hipótese para revelar esta mulher de que pouco se conhece, num espetáculo em que se procura resgatar o que ficou da sua memória.

Teatro Nacional São João, Porto. 16 a 17 de maio. Quinta-feira, às 19h, sexta-feira, às 21h. Bilhetes entre €7,50 e €16.

“Se te Portares Bem, Vamos ao McDonald’s!”

De Mário Coelho | Teatro Ibérico, Lisboa, 17 a 20 de maio

Uma empresa de substitutos humanos tem pessoas disponíveis para personificar tudo aquilo de que se precisar e Rita (Rita Rocha Silva) acaba de ser recrutada para se fazer passar por uma jovem criança de oito anos que morreu. Durante os sete dias que passará junto da família em luto, aconteça o que acontecer, não poderá romper com a ficção. Mas será possível ocupar o lugar de quem já partiu?

"Se te Portares Bem, Vamos ao McDonald's!", peça de Mário Coelho, tem como protagonista Rita Rocha Silva, que venceu o Globo de Ouro de Melhor Atriz de Teatro em 2022

Ana Viotti

Tem tanto de realista quanto de fantasmagórico este Se te Portares Bem, Vamos ao McDonald’s!, uma criação de Mário Coelho, o vencedor do Prémio Revelação Ageas TNDM II em 2023, que esgotou todas as récitas aquando da sua estreia, no TBA, em 2022.

Teatro Ibérico, Lisboa. 17 a 20 de maio. Sexta, sábado e segunda, às 21h, domingo, às 17h. Bilhetes a €10.

“1001 Noites – Irmã Palestina”

De Teatro o Bando, Companhia Olga Roriz e Banda Sinfónica Portuguesa | Coliseu do Porto, Porto, 18 de maio

A cumplicidade de Olga Roriz e João Brites remonta aos anos 1990, quando a coreógrafa colabora em peças do Teatro O Bando, que celebra este ano 50 anos de existência. Desta vez, os criadores foram mais longe, cruzando os seus processos criativos para percorrer As Mil e Uma Noites, uma das mais importantes obras da literatura universal e a tetralogia que nos próximos quatro anos ganhará vida pela mão de diferentes encenadores e encenadores da companhia de teatro.

“1001 Noites — Irmã Palestina” é uma cocriação do Teatro O Bando e da Companhia Olga Roriz, em parceria com a Banda Sinfónica Portuguesa. Depois de se mostrar numa única récita no Coliseu do Porto, o espetáculo segue viagem para o Teatro São Luiz, em Lisboa

Irmã Palestina é protagonizada por Maria Dally, artista palestiniana, que representa Dinarzade, a irmã de Xerazade, que com ela confidencia e urde o plano que salva a população da ira do rei Xariar. Tal Xerazade, a missão destes artistas é contar histórias para sobreviver — e mudar o mundo.

O espetáculo, em parceria com a Banda Sinfónica Portuguesa, é inserido no FITEI — Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica. Em julho, integra a programação do Festival de Teatro de Almada.

Coliseu do Porto, Porto. 18 de maio. Sábado, às 21h. Bilhetes de €15€ a €40. São Luiz Teatro Municipal, Lisboa, de 30 de maio a 2 de junho. Quinta a sábado, às 20h, domingo, às 17h30. Bilhetes de €12 a €15.

“Mercado das Madrugadas”

De Patrícia Portela | Largo de São Domingos, Lisboa, 9 a 12 de maio

No Largo de São Domingos, em Lisboa, será montado um Mercado das Madrugadas dedicado às revoluções futuras. Neste mercado, de forte influência árabe e ibérica, haverá bancas, música, comida, dança, histórias e trocas de ideias e propostas para os próximos 50 anos.

Depois de se apresentar no final de abril, na Praça Dr. Joaquim Melo Freitas, em Aveiro, a nova criação de Patrícia Portela, "Mercado de Madrugadas", chega a Lisboa em maio. A entrada é livre

O fio condutor é um conjunto de histórias originais, escritas por Patrícia Portela, que vão sendo contadas pelos diferentes intervenientes. O público, livre para deambular livremente pelas bancas, podem juntar-se à troca de propostas para o futuro. A cada dia, o espetáculo começa ao por-do-sol com a chegada dos carrinhos do mercado. Três horas depois, as bancas partem para regressarem no dia seguinte e começarem de novo.

Largo de São Domingos, Lisboa. 9 a 12 de maio. Quinta-feira a domingo, às 20h. Entrada livre.

“Shechter/ Wellenkamp/ Naharin”

De Hofesh Shechter, Vasco Wellenkamp e Ohad Naharin | Teatro Municipal Joaquim Benite, Almada, 23 a 25 de maio

Para o último programa da temporada, a Companhia Nacional de Bailado junta três nomes maiores da dança contemporânea: Hofesh Shechter, Vasco Wellenkamp e Ohad Naharin. Uprising, de Shechter, entra pela primeira vez para o repertório da Companhia. Sete homens emergem das sombras para encher o palco impulsionados pela força da partitura de percussão da autoria do próprio Hofesh.

O espetáculo "Shechter/ Wellenkamp/ Naharin" estava previsto para marcar o regresso da Companhia Nacional de Bailado (CNB) ao Teatro Camões, em Lisboa, mas o atraso das obras no edifício empurrou a estreia para o Teatro Joaquim Benite, em Almada

Segue-se Sinfonia dos Salmos, coreografia criada para o Ballet Gulbenkian em 1992, que a CNB convida Vasco Wellenkamp, referência da dança contemporânea portuguesa, a revisitar. Por fim, junta-se Minus 16, de Ohad Naharin, partitura eclética que vai de Dean Martin ao mambo, do techno à música tradicional israelita. “É com esta obra que se confirma a habilidade de Ohad Naharin em colocar o público a dançar”, lê-se no texto que anuncia o espetáculo.

Teatro Municipal Joaquim Benite, Almada. 23 a 25 de maio. Quinta-feira a sábado, às 21h. Bilhetes a €17,50. Teatro Rivoli, Porto. 30 de maio a 1 de junho. Quinta-feira a sábado, às 19h30. Bilhetes a €12.

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