Os deputados das Ilhas Salomão escolheram o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Jeremiah Manele como novo primeiro-ministro da nação insular do Pacífico Sul, mais próxima da China nos últimos anos.
O recuo do ex-primeiro-ministro Manasseh Sogavare, pró-Pequim, da corrida para dar lugar a Manele como candidato do partido é sinal de que o país poderá seguir uma direção semelhante, escreveu a agência de notícias Associated Press (AP).
O primeiro-ministro foi escolhido por voto secreto entre os 49 deputados que venceram as eleições gerais de 17 de abril.
O governador-geral David Vunagi disse que Manele obteve 31 votos, enquanto Matthew Wale, que liderou a oposição no anterior parlamento, não foi além dos 18 votos.
Durante o mandato de Manasseh Sogavare, a influência da China nas Ilhas Salomão aumentou mais do que em qualquer outra parte do Pacífico Sul.
Sogavare, que em 2019 pôs fim a 36 anos de relações diplomáticas bilaterais com Taiwan a favor da República Popular da China, estabeleceu ainda um pacto de segurança secreto que suscitou o receio de que a marinha chinesa ganhasse presença na região.
Meg Keen, diretora do programa para as ilhas do Pacífico do Lowy Institute, um grupo de reflexão sobre política internacional sediado em Sydney, avaliou que Manele será um “líder menos impetuoso e combativo para o Ocidente gerir, mas continuará a manter relações estreitas com a China”.
“Como antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, ajudou a mediar o acordo de segurança com a China que deixou o Ocidente em pânico. Mas é também um diplomata veterano com experiência na ONU e em países ocidentais – não é estranho ao envolvimento ocidental”, disse Keen à AP.
Keen disse ainda que Sogavare se retirou da corrida porque o facto de o partido ter perdido vários deputados nas eleições indicava que os eleitores queriam uma mudança.