Um grupo de seis homens encapuzados invadiu, esta sexta-feira à noite, uma casa onde viviam uma dezena de imigrantes argelinos e venezuelanos, no centro do Porto. Segundo o Jornal de Notícias, alguns imigrantes foram agredidos.

O objetivo do grupo — que entrou na habitação munido de bastões, facas e uma arma de fogo — era espancar as vítimas, destruir o recheio da habitação e proferir insultos racistas.

O ataque durou cerca de 30 minutos. Uma das vítimas saltou pela janela do primeiro andar — na Rua do Bonfim — para fugir às agressões e está internada, num hospital do Porto, com várias fraturas. As outras vítimas ficaram com vários hematomas e tiveram de receber tratamento.

Os seis homens foram identificados e um foi detido, pela posse de arma ilegal, pela PSP, na sequência das agressões, revelou à Lusa o porta-voz da Polícia, Sérgio Soares. O homem detido por posse de arma ilegal e alegadamente envolvido em agressões a imigrantes, na madrugada de sexta-feira ficou este sábado em prisão preventiva por ordem judicial, disse à Lusa fonte oficial da PSP.

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Este não foi, contudo, o único incidente com contornos racistas registado na última noite na cidade do Porto.

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Na via pública, a PSP registou outros dois ataques de caráter racista dirigidos a cidadãos de origem magrebina, que poderão ter sido cometidos pelo mesmo grupo. Um dos agressores foi detido na posse de um bastão.

Por volta da uma da manhã, na zona do Campo 24 de Agosto, cinco homens armados com tacos de basebol, saíram de um carro e espancaram dois cidadãos de nacionalidade argelina. Pouco tempo depois, decorreu o ataque à casa onde viviam os imigrantes.

“Estávamos a dormir, quando bateram à porta. Gritavam para a abrir e acabaram por rebentá-la. Depois, destruíram tudo. Fechámo-nos à chave nos quartos, mas também partiram as portas. Ao mesmo tempo que nos batiam, diziam que não estávamos a fazer nada em Portugal, que tínhamos de regressar ao nosso país. Nunca tive tanto medo na vida”, dissse Lakehal Zakaria, um dos argelinos agredidos, ao Jornal de Notícias.

Em três meses, foram detidos 20 magrebinos envolvidos em assaltos

A noite ficaria ainda marcada por um terceiro incidente. Na zona de um restaurante de kebabs, um cidadão marroquino foi alvo de agressões, alegadamente levados a cabo pelo mesmo grupo. Uma patrulha da PSP estava perto do restaurante e foi rapidamente destacada para o local, conseguindo intercetar um dos suspeitos.

Estes ataques, com caráter racista, vêm na sequência de uma série de assaltos, na zona do Campo 24 de agosto, cometidos por cidadãos estrangeiros.

Desde fevereiro, e até há cerca de uma semana, foram detidos 20 cidadãos estrangeiros, a maior parte originários do Magrebe, que estarão envolvidos nos assaltos, escreve o Público.