A recolha seletiva de biorresíduos está “muito aquém do desejável”, representando 4% do total dos resíduos urbanos quando podia equivaler 41%, alertou esta segunda-feira a associação ambientalista Zero em comunicado.

A propósito da Semana Internacional de Sensibilização para a Compostagem, que começou no domingo e termina no final da semana, a Zero cita dados oficiais para dizer que não só os índices de recolha de biorresíduos (restos alimentares das habitações e dos restaurantes) são baixos como a maior parte dos municípios não estão preparados para essa recolha.

A Semana Internacional, uma iniciativa da indústria da compostagem, destina-se a sensibilizar e informar sobre a importância do tema e realiza-se na primeira semana de cada mês de maio.

A Zero, citando dados de 2022 da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), diz que do total dos resíduos urbanos (RU) recolhidos no continente (4,76 milhões de toneladas), 81% foram recolhidos de forma indiferenciada (3,84 milhões de toneladas).

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“Isto significa que a recolha seletiva não atinge sequer 20%, sendo que a recolha seletiva multimaterial (embalagens de papel/cartão, plástico/metal e vidro) apenas atinge 11,8% (563.043 toneladas), face a um potencial de 25 a 30%”, alerta a Zero.

E sobre os biorresíduos, a Zero lembra que desde 1 de janeiro é obrigatório dar uma solução aos biorresíduos, constatando-se que “a maior parte dos municípios não se prepararam adequadamente para dar resposta a este desafio, quer ao nível da recolha, quer ao nível da promoção da compostagem comunitária”.

A Zero propõe medidas como dar prioridade ao tratamento dos biorresíduos numa lógica de proximidade, possibilitar que cidadãos possam aderir à compostagem recebendo um compostor, ou criar um sistema de incentivos para quem aderir à compostagem doméstica ou comunitária.