A AD afirmou esta quarta-feira que o PS recusou o frente a frente para as eleições europeias, acusando os socialistas de usar os mesmos argumentos do Chega para “fugir ao debate” com o cabeça de lista da coligação, Sebastião Bugalho.
“A AD (Aliança Democrática) lamenta a recusa definitiva do Partido Socialista em aceitar um frente-a-frente com a AD proposto pela RTP/SIC/TVI, que teria lugar no dia 23 de maio, facto que impediu a concretização da segunda proposta apresentada pelas televisões”, refere um comunicado enviado à Lusa e assinado pelo diretor de campanha da candidatura, Emídio Guerreiro.
A AD (coligação composta por PSD, CDS-PP e PPM) informa ainda que aceitou uma terceira proposta das televisões “que consiste na realização de seis debates com quatro intervenientes, sem frente a frente”.
A segunda proposta de debates para as eleições europeias, enviada no domingo pelas televisões aos partidos, previa três debates com todas as forças com assento parlamentar e um frente-a-frente PS e Aliança Democrática (PSD, CDS-PP e PPM), modelo que gerou críticas de vários partidos e contra o qual o BE tinha ameaçado avançar com uma providência cautelar.
Europeias: nova proposta das televisões prevê três debates com todos e um frente-a-frente PS e AD
Esta quarta-feira, o diretor de campanha da AD refere que a coligação está disponível e interessada “desde o primeiro momento, em realizar todos os debates que o calendário permita”.
“Os eleitores decerto não compreenderão a recusa do PS, como não compreenderiam que o impasse se mantivesse indefinidamente transformando os debates em tema de campanha”, refere o diretor de campanha.
Por essa razão, acrescenta, a AD “aceitou já uma terceira proposta das televisões que consiste na realização de 6 debates com 4 intervenientes, sem frente a frente”.
“Sublinhamos que para fugir ao debate com o nosso cabeça de lista, o PS utiliza os mesmos argumentos do Chega o que revela mais uma vez – e até numa matéria como esta – a aliança tática e tácita entre estes dois partidos”, acusa Emídio Guerreiro, dizendo esperar que “até ao final da campanha, o PS mude a sua postura e aceite os convites para outros frente a frente entretanto recebidos”.
O presidente do Chega, André Ventura, tinha criticado a nova proposta para os debates entre os candidatos às eleições europeias de 9 de junho, recusando uma solução que “favorece o bipartidarismo”, nomeadamente PS e PSD.
Europeias: Chega critica nova proposta para debates porque “favorece o bipartidarismo”
Na semana passada, o Expresso noticiou que PS e a Aliança Democrática (AD) recusaram o primeiro modelo de debates proposto pela RTP, SIC e TVI para as eleições europeias de 9 de junho, no qual estavam previstos 28 frente a frente entre os cabeças de lista dos partidos com representação na Assembleia da República.
O PS e a AD, de acordo com o Expresso, justificaram a recusa do modelo com o facto de ser um número elevado de duelos, que afetaria a campanha eleitoral, e admitiram aceitar um calendário mais leve.
A campanha para as eleições europeias arranca no dia 27 de maio e prolonga-se até 7 de junho. As eleições europeias estão marcadas para 9 de junho.