Carmona Rodrigues, antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, será o novo presidente da empresa Águas de Portugal, confirmou o Observador junto do Governo liderado por Luís Montenegro. Além de antigo autarca, Carmona foi ainda ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação de José Manuel Durão Barroso.
Entretanto, e já depois da publicação desta notícia, o Ministério do Ambiente e Energia confirmou formalmente a escolha. “Na sequência da renúncia do presidente do Grupo Águas de Portugal, o Governo vai diligenciar ações conducentes à sua substituição, tendo sido convidado o professor António Carmona Rodrigues”, pode ler-se.
“Com um vasto currículo nas áreas de recursos hídricos, hidráulica e ambiente, o professor Carmona Rodrigues já desempenhou funções como Ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação, como presidente da Câmara Municipal de Lisboa e como presidente da Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos.”
Carmona Rodrigues licenciou-se em Engenharia Civil, em Lisboa. Especializou em Engenharia Hidráulica e em Engenharia do Ambiente. Foi professor de Hidrologia e de Hidráulica nas licenciaturas em Engenharia do Ambiente e Engenharia Civil na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, tendo trabalhado sobretudo na área dos recursos hídricos.
O agora novo presidente da empresa Águas de Portugal sucedeu a Pedro Santana Lopes na Câmara de Lisboa depois da indigitação de Santana como primeiro-ministro, em 2004. Um ano depois venceria as autárquicas contra o socialista Manuel Maria Carrilho. Acabaria por cair em 2007 na sequência do processo Bragaparques (do qual seria absolvido) depois de Luís Marques Mendes, então líder social-democrata, ter pressionado a equipa autárquica a renunciar aos seus mandatos. Voltaria a candidatar-se no mesmo ano, desta vez como independente, tendo ficado em segundo lugar.
Recorde-se que José Furtado comunicou esta quinta-feira o pedido formal de renúncia ao cargo de presidente da Águas de Portugal. De acordo com o jornal Eco, que citava fonte da empresa pública, o gestor tinha colocado o seu lugar à disposição a 13 de abril junto da nova ministra da tutela, Maria da Graça Carvalho. O início de um novo ciclo político numa altura que falta pouco mais e um ano para o fim do mandato terá pesado na decisão.
Já depois da notícia do Eco, o Ministério do Ambiente fez entretanto um comunicado explicando que o pedido de demissão tinha sido formulado em meados de abril e que Graça Carvalho aceitou-o. Segundo fonte do Governo, José Furtado deixou o cargo por vontade própria.
Esta demissão aconteceu depois de ter sido tornado público o facto de o aumento de capital de 100 milhões de euros ter sido travado pelo Ministério das Finanças — aumento de capital que tinha sido prometido ao presidente da empresa pública pelo anterior Governo depois de ter sido pago um dividendo extraordinário de igual montante.