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O Presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, advertiram quinta-feira Israel sobre as “enormes consequências humanitárias” de uma invasão em larga escala de Rafah, sul da Faixa de Gaza.
Neste exíguo território do enclave palestiniano concentram-se atualmente cerca de 1,4 milhões de pessoas.
No decurso de um contacto telefónico, ambos emitiram “uma advertência das enormes consequências humanitárias das operações militares israelitas na cidade palestiniana de Rafah”, principal ponto de entrada da ajuda humanitária e de saída de milhares de feridos que necessitam de intervenções fora de Gaza, indica um comunicado da presidência egípcia.
O Exército israelita ordenou na segunda-feira a retirada de cerca de 100.000 pessoas da zona este desta cidade, no dia seguinte ocupou a passagem fronteiriça entre o enclave e o Egito, e anunciou “operações seletivas”.
Dezenas de pessoas já foram mortas em bombardeamentos por toda a cidade, e diversos responsáveis internacionais receiam agora uma invasão terrestre com consequências devastadoras e que poderá ocorrer nos próximos dias, no caso de novo fracasso do processo negocial.
As delegações do Hamas e de Israel, que participaram em conversações indiretas no Cairo sobre uma trégua em Gaza, mediadas pelo Egito, Catar e Estados Unidos, abandonaram esta quinta-feira a capital egípcia após negociações de dois dias sem resultados aparentes.
No contacto com Guterres, el-Sisi pediu “esforços concertados” a nível internacional para garantir o “êxito das negociações e garantir uma solução face a esta situação crítica”.
Em paralelo, o porta-voz militar israelita disse esta quinta-feira que o seu Exército possui o armamento necessário para prosseguir a sua ofensiva em Rafah.
Em conferência de imprensa, Daniel Hagari disse que as forças miliares israelitas “têm o armamento para as missões que planeiam, e também para as missões em Rafah”. “Temos o que necessitamos”, frisou.
Hagari pronunciou-se após o Presidente dos EUA, Joe Biden, ter indicado que não forneceria novo armamento ofensivo a Israel que fosse utilizado num assalto generalizado a Rafah, o último grande bastião do Hamas na Faixa de Gaza, devido à grande concentração de civis.
Hagari também garantiu que as relações com os EUA permanecem próximas, e que os desacordos serão resolvidos em privado.