A Petrobras registou lucros de 23,7 mil milhões de reais (4,3 mil milhões de euros) entre janeiro e março, menos 37,9% do que no período homólogo de 2023, informou segunda-feira a petrolífera estatal brasileira.
Os lucros atribuídos aos acionistas da maior empresa do Brasil caíram 23,7% em relação ao último trimestre do ano passado, de acordo com o balanço enviado ao mercado financeiro.
As receitas das vendas da Petrobras ascenderam a 117,7 mil milhões de reais (21,1 mil milhões de euros) entre janeiro e março, menos 15,4% em termos anuais e 12,3% em relação ao trimestre anterior.
A empresa, controlada pelo Estado brasileiro mas com ações negociadas em Nova Iorque, São Paulo e Madrid, explicou no relatório de resultados que a queda se deve principalmente ao menor volume de negócios com as vendas de gasóleo no mercado interno e com as exportações.
A queda nas exportações deve-se à redução dos preços dos hidrocarbonetos no mercado internacional na altura dos embarques e às “paragens de manutenção” das unidades ocorridas durante o trimestre.
O EBIDTA ajustado (lucro operacional bruto) caiu 17,2% no primeiro trimestre deste ano em relação aos mesmos meses de 2023, para 60,04 mil milhões de reais (10,7 mil milhões de euros).
Os investimentos aumentaram para 2,81 mil milhões de euros, mais 22,6% do que em janeiro-março do ano passado.
A dívida líquida atingiu 40,45 mil milhões de euros em março, um aumento de 16,1% em relação ao mesmo mês de 2023.
A empresa anunciou, no final de abril, que a produção tinha atingido uma média diária de 3,85 milhões de barris de petróleo bruto e gás no primeiro trimestre do ano, mais 2,9% face ao mesmo período de 2023.
Os dados incluem os hidrocarbonetos extraídos pela petrolífera no Brasil e no estrangeiro, bem como nas áreas de concessão atribuídas em parceria com outras empresas, mas nas quais é operadora.
Na reta final do último trimestre, a gestão da petrolífera envolveu-se numa crise sobre a distribuição de dividendos extraordinários correspondentes ao exercício de 2023.
A discussão gerou dúvidas sobre a continuidade do atual presidente da empresa, Jean-Paul Prates, depois de divergências com alguns ministros do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva, além de ter provocado a queda da empresa na bolsa.
Após dias de incerteza, o Governo concordou em distribuir metade dos dividendos extraordinários da estatal e Lula da Silva considerou a crise superada, descrevendo a situação da Petrobras como tranquila.