“La Mouche”, em português “a Mosca”, é o apelido do prisioneiro francês que está no centro de uma caça ao homem “sem precedentes” em França. Esta terça-feira, protagonizou uma cena saída de um filme de ação, quando a carrinha onde seguia foi alvo de uma emboscada numa portagem em Incarville, Eure, na região da Normândia. Dois guardas prisionais foram alvejados mortalmente e outros três ficaram gravemente feridos.
De acordo com a imprensa francesa, Mohamed Amra, de 30 anos, era um recluso “particularmente monitorizado”, precisando de cuidados redobrados durante o transporte. O ataque à carrinha prisional aconteceu quando era transportado entre Rouen e a prisão de Évreux, no noroeste de França. Conseguiu fugir durante a emboscada e é agora procurado pelas autoridades.
França. Dois guardas prisionais mortos em emboscada a carrinha que transportava recluso
A Interpol emitiu um mandado de procura a pedido das autoridades francesas esta quarta-feira. Nas informações da Interpol é dito que “Mosca” nasceu em Rouen, a capital da região da Normândia, e que terá entre 1,74 a 1,8 metros de altura, cabelo ondulado e barba.
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A Red Notice has been issued at the request of ???????? French authorities for escaped prisoner Mohamed AMRA, alias ‘The Fly’.
View the INTERPOL #RedNotice here: https://t.co/KnY5x3alSD pic.twitter.com/RKv86QyTp7— INTERPOL (@INTERPOL_HQ) May 15, 2024
O jornal Figaro avança que Amra foi condenado a 18 meses de prisão por furto, a 7 de maio. Tem um extenso registo criminal: em janeiro de 2022, foi condenado a três anos de prisão por roubo e participação em associação criminosa. De acordo com o RTL, foi considerado culpado de ordenar um homicídio em Marselha, em junho de 2022. Na altura, foi encontrando um corpo carbonizado dentro de um carro em Le Rove, perto da cidade. A vítima tinha marcas de tiros na cabeça.
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Também estava envolvido em várias investigações pelo tribunal judicial de Marselha, por “homicídio organizado, sequestro e sequestro de reféns e participação em associação criminosa com vista à prática de crime”. O britânico Telegraph refere que é o cabecilha de uma rede de narcotráfico.
O recluso no centro deste ataque violento precisava de uma escolta de nível 3 – ou seja, de ser acompanhado por cinco agentes prisionais.
As imagens de videovigilância da portagem revelam um carro preto que abalroa a carrinha da prisão. A carrinha fica encurralada contra o carro de trás, antes de um grupo de homens encapuçados e armados se aproximarem da carrinha. Amra é visto a saltar da carrinha e a fugir. O ataque terá durado cerca de dois minutos, segundo relatos de testemunhas à BFMTV.
Fourgon pénitentiaire: récit de l'attaque meurtrière dans l'Eure pic.twitter.com/XJKmjt3NmT
— BFMTV (@BFMTV) May 15, 2024
Um camionista que passou pelo local no momento da emboscada à carrinha diz que começou por pensar que se tratava de uma ação da alfândega. Até que ouviu tiros e “uma explosão” ao passar pela portagem. “Não sabia o que tinha explodido. O som de um pneu de caminhão faz quase o mesmo barulho.”
Até que reparou nos homens encapuçados, sem distintivos da polícia. “Todos vestidos de preto, sem braçadeiras de polícia. Aí, comecei a dizer para mim mesmo ‘há aqui alguma coisa errada’”.
Relata que viu um homem caído no chão, possivelmente um dos guardas prisionais. Segundo a BBC, um dos guardas prisionais deixa “a mulher e dois filhos que vão celebrar o seu 21.º aniversário dentro de dois dias”, disse o ministro francês da Justiça Eric Dupond-Moretti. “O outro deixa a mulher grávida de cinco meses.”
Uma caça ao homem “sem precedentes”
“La Mouche” está em fuga há várias horas. As autoridades francesas iniciaram uma caça ao homem, acionando o plano Epervier, falcão, em português. Através deste plano, a polícia tem poderes reforçados para encontrar fugitivos.
O ministro da Justiça reconheceu que as últimas mortes de guardas prisionais em serviço remontam a 1992. Prometeu mão de ferro ao fugitivo e ao grupo responsável pela emboscada, que acusou de “não darem valor nenhum à vida”.
“Vão ser presos, serão julgados e vão ser punidos de uma forma que seja adequada aos crimes que cometeram.”
(Atualizado às 13h34 para incluir mandado da Interpol)