O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, apelou esta quinta-feira ao homólogo paquistanês, Mohammad Ishaq Dar, para que o Paquistão faça “tudo o que for possível” para garantir a segurança do pessoal, projetos e instituições chinesas no país.

Wang, que recebeu Ishaq Dar em Pequim, acrescentou que a China continua a apoiar “firmemente” Islamabad na salvaguarda da sua soberania nacional, independência e integridade territorial, segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

O diplomata disse esperar que o novo Governo do primeiro-ministro Shehbaz Sharif, eleito em março, traga “uma nova era de unidade política e estabilidade” ao país.

“Ao mesmo tempo, a China espera que o Paquistão continue a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para garantir a segurança do pessoal, dos projetos e das instituições chinesas no Paquistão”, disse.

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Wang sublinhou que a China e o Paquistão “vão continuar a trabalhar lado a lado para avançar com a sua parceria” e que os dois países devem “promover a construção de uma versão melhorada do Corredor Económico China – Paquistão”.

A China é um importante parceiro económico e político do Paquistão. O corredor económico — um conjunto de infraestruturas para ligar o oeste da China ao Oceano Índico, num projeto que faz parte da iniciativa chinesa Faixa e Rota — está avaliado em mais de 56 mil milhões de euros.

No entanto, os ataques de insurgentes contra cidadãos chineses aumentaram nos últimos anos, coincidindo com um aumento da violência no Paquistão, que Islamabad.

associa à subida ao poder dos talibãs no Afeganistão, em agosto de 2021.

O corredor foi forçado a suspender as operações em julho de 2021, quando um bombista suicida matou 13 pessoas, incluindo nove engenheiros chineses.

Em abril passado, cinco trabalhadores chineses e um paquistanês foram mortos num outro ataque suicida, após o qual o primeiro-ministro Sharif prometeu “segurança infalível” para os cidadãos chineses durante a sua estadia no país.

Ishaq Dar assegurou a Wang Yi que o Paquistão fará “tudo o que for possível” para garantir a segurança do pessoal e das instituições chinesas que operam no Paquistão, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Shehbaz Sharif foi eleito primeiro-ministro em março passado, depois de ter obtido uma ampla maioria na câmara baixa do parlamento, na sequência de eleições gerais disputadas há quase um mês.

A estabilidade institucional do Paquistão é crucial para este novo governo, que tem de enfrentar uma grave crise financeira, com cerca de 77,5 mil milhões de dólares (71,19 mil milhões de euros) de dívida externa a pagar nos próximos três anos, principalmente a instituições financeiras chinesas e à Arábia Saudita.