A Faculdade de Ciências da Universidade do Porto encerrou, esta sexta-feira, às 00h13 o edifício onde funciona o Departamento de Ciência de Computadores, habitualmente aberto 24 horas, após ter sido ocupado por estudantes em solidariedade com a Palestina.

Um grupo de mais de 50 estudantes e ativistas ocuparam na quinta-feira à noite, por volta das 22h30, o Departamento de Ciência de Computadores, tendo, pouco tempo depois, sido informados que não poderiam permanecer no interior decidindo, então, concentrar-se no exterior daquele edifício.

Contudo, às 00h13, os seguranças fecharam “por indicações superiores” as portas daquele departamento, onde no interior se encontravam mais de 10 alunos a estudar que tiveram de abandonar o espaço, constatou a Lusa no local.

À porta, aqueles estudantes contestaram e lamentaram a decisão por terem ficado privados do local de estudo, criticando e acusando os manifestantes pelo sucedido.

No exterior, onde estavam bandeiras da Palestina rodeadas de velas e tendas de campismo lia-se em faixas espalhadas pelo chão: “Solidariedade proletária por uma Palestina Livre”, “Israel não é uma democracia, Israel é um país terrorista” e “A revolução começa aqui”.

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Mais de 50 estudantes e ativistas de movimentos da sociedade civil estão, desde quinta-feira à noite, concentrados à porta do Departamento de Ciência de Computadores em solidariedade com o povo palestiniano.

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Os manifestantes exigem que a Universidade do Porto “rompa imediatamente todas as relações que mantém com instituições e empresas israelitas e que condene oficialmente o atual genocídio na Palestina”.

Em declarações à Lusa, a porta-voz do grupo de manifestantes, Joana Bernardes, afirmou que “é preciso que a Universidade do Porto condene formalmente o genocídio que está a ocorrer na Palestina”.

Joana Bernardes frisou que a universidade continua a realizar eventos, aulas abertas e palestras onde está o embaixador de Israel em Portugal, o que é, na sua opinião, de lamentar.

A estudante contou que a Universidade de Porto tem “ligações alarmantes” a entidades e empresas israelitas, sublinhando que a ciência “não é um instrumento neutro, mas uma ferramenta que os Estados e outros agentes políticos e económicos usam para avançar com os seus objetivos”.

A ação faz parte da luta internacional de protesto estudantil que se iniciou em universidades norte-americanas e já se estendeu a instituições de ensino superior em várias cidades europeias, do Canadá, México e até Austrália, a exigir o fim da ofensiva israelita na Faixa de Gaza.