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A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa desbloqueou esta terça-feira o acesso a um dos edifícios condicionado há três dias pelo protesto dos “Estudantes pelo Fim ao Genocídio e pelo Fim ao Fóssil”.

“Informamos que, na manhã desta terça-feira, foi possível aceder ao Edifício C, que se encontrava bloqueado há três dias por um grupo de estudantes identificado como ‘Estudantes pelo Fim do Genocídio e pelo Fim do Fóssil’, possibilitando o acesso ao interior a estudantes, docentes e toda a comunidade da NOVA FCSH”, referiu fonte oficial da FCSH, numa nota enviada à Lusa.

A mesma fonte acrescentou que “serão retomadas todas as atividades previstas para o Edifício C” para esta terça-feira, apesar de ter alertado para a possível ocorrência de “alguns constrangimentos devido às necessárias limpezas das instalações”.

No último sábado, a direção da FCSH manifestou em comunicado a sua preocupação com a evolução dos protestos que decorrem há mais de uma semana, ao denunciar que a ação do grupo “danos no edifício bloqueado”, tendo arrombado a porta de acesso ao telhado e impedido a realização das aulas previstas e do acesso dos professores aos gabinetes.

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Faculdade da Nova de Lisboa preocupada com evoluir dos protestos dos estudantes. Bloqueio a edifício é mais do que “manifestação pacífica”

A direção da universidade sublinhou que tem mantido, desde o início, “um princípio de diálogo e compreensão em relação a este protesto, especialmente por defender causas de relevância indiscutível”, mas deixou um apelo.

“A NOVA FCSH apela ao bom senso dos estudantes envolvidos neste protesto, para que a linha de diálogo anteriormente aberta possa ser retomada”, salientou.

Já esta segunda-feira, o movimento “Fim ao Genocídio, Fim ao Fóssil” expressou a sua perplexidade com a posição da direção da faculdade e lamentou o que disse ser “uma falta de noção histórica e atual sobre o significado e objetivos de um protesto” por parte da FCSH.

Fica também clara a posição da direção, pois se realmente percebesse estas crises como afirma, não impediria ou criticaria este tipo de protesto. Objetar a uma manifestação pacífica minimamente disruptiva quando o que está em causa são milhões de vidas, um genocídio em curso e o futuro de todos os seus estudantes é ignorar a gravidade da situação”, pode ler-se na nota enviada às redações.

Os estudantes referiram que “esta ação surge no contexto de um levantamento estudantil que teve início nos Estados Unidos e que se espalhou para o resto do mundo” e que “várias escolas estão já ocupadas com o mote “End Fossil, End Genocide”.

Este movimento estudantil reivindica ao Governo a defesa de um cessar-fogo imediato e incondicional e um plano que ponha fim ao uso de combustíveis fósseis até 2030 em Portugal.

O movimento indica no comunicado que, “depois de uma ocupação na faculdade de Psicologia, na Faculdade de Belas Artes e na FCSH, os estudantes anunciam que amplificarão o seu espaço de luta a mais faculdades nos próximos dias, e dizem que continuarão a resistir a quaisquer tentativas de repressão”.

Os estudantes também apelam a para que toda a sociedade se junte em 8 de junho a uma marcha até ao Gabinete de Representação do Parlamento Europeu em Lisboa, onde pretendem denunciar a falta de resposta da União Europeia ao genocídio em Gaza e à crise climática.