A pena do pássaro Huia foi vendida esta segunda-feira, em Auckland, na Nova Zelândia, pela casa de leilões Webb´s por 28.365 dólares (26.097,4 euros). Pesa cerca de 9 gramas, o que a torna mais valiosa que o ouro neozelândes, a avaliar pela cotação atual.

Muito rara, a pena do extinto pássaro Huia, originário da Nova Zelândia, tornou-se assim a mais cara do mundo a ser vendida num leilão, sublinha o The Guardian.

O preço do leilão excedeu muito as expetativas iniciais que eram entre os 2.000 dólares (1,840 mil euros) e os 3.000 dólares (2,260 mil euros). Esta venda bateu o recorde de 2010, em que uma outra pena Huia foi adquirida por 8.400 dólares (7.728,49 euros).

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O interesse por esta espécie que terá desapreceido no início do século XX, entre 1907 e 1921, continua forte: em 2023, foram vendidos um macho e fêmea empalhados por 428.747 euros num leilão britânico. Esta ação gerou polémica, levantando apelos para a intervenção do governo da Nova Zelândia para ficar com eles, segundo o The New Zealand Herald.

Leah Morris, diretora de artes decorativas da casa de leilões Webb´s, com sede em Auckland, acredita que o bom estado da pena conservada em papel de arquivo e vidro UV, aumentou as hipóteses da sua elevada licitação.

“ O huia é um pássaro icónico e muitas pessoas realmente identificam-se com o pássaro de alguma forma”, disse ao The Guardian.

Existem poucos detalhes sobre a origem da pena, e Morris não divulgou informações sobre o seu vendedor ou comprador devido a acordos de confidencialidade. Cerca de 30 pessoas estiveram presentes no leilão, mas todas as ofertas foram feitas por telefone ou online.

A pena está registada como “taonga tūturu” (tesouro autêntico) no Ministério da Cultura , o que significa que apenas um colecionador “taonga tūturu” registado pode comprar a pena, que não pode sair da Nova Zelândia sem permissão.

O pássaro, conhecido pelo seu belo canto, era sagrado para os Maoris (povo indígena de Aotearoa, Nova Zelândia) e era usual aparecer em canções e ditados. Quando os europeus chegaram à Nova Zelândia desenvolveram um fascínio pelas suas penas levando ao seu desaparecimento.