O partido Ergue-te, que concorre às eleições europeias de 9 de junho, acredita que a União Europeia (UE) vai desintegrar-se numa década, e considera que Portugal pode ser um país poderoso numa “Europa das nações independentes e soberanas”.

Em resposta a um questionário enviado pela Agência Lusa aos partidos que concorrem às próximas eleições europeias, o Ergue-te classificou a UE como “uma organização supranacional ao serviço da finança internacional”, entendendo que “o aumento infinito da dívida sem correspondência na criação de riqueza está a determinar o fim deste modelo, sendo de esperar uma desintegração da UE dentro dos próximos cinco a dez anos”.

Nesse contexto, o partido, que tem como cabeça de lista o antigo juiz que foi expulso da magistratura Rui Fonseca e Costa, considera importante “preparar os portugueses para a realidade pós-UE”.

Portugal pode ser um país poderoso, desenvolvido e próspero, capaz de gerar riqueza e de proporcionar felicidade a todos os portugueses e às suas famílias, no contexto de uma Europa das nações independentes e soberanas”, declara.

O Ergue-te, antigo Partido Renovador Nacional (PNR), é contra o eventual envio de militares portugueses para a Ucrânia, sob liderança da UE, com o cabeça de lista a assumir: “Iniciarei uma guerra em Portugal se vier a haver a execução de algum plano de recrutamento obrigatório em que os meus filhos sejam visados”.

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O partido também não apoia uma eventual emissão conjunta de dívida para financiar a defesa europeia, por considerar que esta “apenas serve para alimentar a finança internacional e as suas metástases, neste caso, a indústria do armamento”.

O Ergue-te critica o recentemente aprovado Pacto para as Migrações e Asilo, classificando-o como “um instrumento ao serviço do programa político da substituição populacional”, e defende o fim da Comissão Europeia, “um órgão de opressão dos povos europeus, que, como tal, deve deixar de existir”.

A ideia de “substituição populacional” mencionada pelo Ergue-te tem vindo a ser descrita como uma teoria da conspiração racista pelos media e autoridades internacionais, tendo já inspirado atentados que fizeram vítimas mortais em vários locais do mundo e terá a sua origem na ideia de “grande substituição” das populações brancas por outras, do escritor francês Renaud Camus.

Na área da agricultura, o partido, que sob a denominação Ergue-te concorre pela primeira vez às eleições europeias, quer o fim da Política Agrícola Comum (PAC) e defende “a devolução da soberania agropecuária e alimentar” a Portugal.