Francisco Paupério, cabeça de lista do Livre às eleições europeias, assegurou que o partido está unido, apesar da ausência de Rui Tavares, que deverá juntar-se à campanha no sábado, durante uma ação no Porto.

“Não me sinto abandonado, tenho aqui muita gente e estarei com muita gente na campanha, com todos do Livre. Estamos unidos e, certamente, vão ver isso no sábado”, disse o “número um” às europeias de 9 de junho, que esteve esta quinta-feira em Coimbra.

À margem de uma mesa redonda sobre diversidade cultural na União Europeia, Francisco Paupério foi questionado sobre a ausência de Rui Tavares, porta-voz e o rosto mais conhecido do partido, que ainda não se juntou ao cabeça de lista na campanha, depois de ter participado no evento de abertura, que se realizou na sexta-feira, antes do arranque oficial.

“O Rui Tavares é uma inspiração para o Livre. É um dos fundadores principais, é uma das caras do Livre e temos muita honra em tê-lo como representante do Livre. Vai aparecer na campanha e vai dar essa força”, sublinhou o candidato.

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Na primeira vez que falou sobre o assunto desde o arranque da campanha, na segunda-feira, Francisco Paupério disse ainda que toda a equipa sabe que o dirigente do partido “é um ativo muito importante e as pessoas reconhecem-lhe muito valor” e insistiu: “Estamos muito contentes em contar com ele na campanha.”

O “número um” do Livre para as eleições europeias, que já tinha sido terceiro no círculo do Porto nas legislativas de março, venceu as primárias internas em 20 de abril, numa votação que gerou polémica e discórdias internas.

Durante o processo, a Comissão Eleitoral decidiu restringir o voto a apenas membros e apoiantes (ou seja, militantes), por considerar que existiram “fortes indícios de viciação” por cidadãos que não integram o partido, decisão que acabou por ser revertida.

Segundo a Comissão Eleitoral, em causa estava o facto de ter surgido um candidato — Francisco Paupério, que ficou em primeiro lugar na primeira volta — “com um número excessivo de votos únicos”, considerando este número “excessivo em comparação com outras primárias e em comparação com os restantes candidatos desta eleição”.

Na sequência deste processo, e depois de Rui Tavares também não ter acompanhado Paupério ao Tribunal Constitucional quando entregou a lista de candidatos às eleições europeias, a ausência do porta-voz na campanha tem intensificado as dúvidas sobre o apoio da direção do partido. Essas dúvidas, garante Francisco Paupério, não se justificam.

“A seguir às primárias, quando aprovámos a lista, unimo-nos em torno dessa lista e fomos para a campanha. Foi normal o que aconteceu e vai ser normal esta campanha em que vai estar toda a gente empenhada em dar a representação ao Livre que merece no Parlamento Europeu”, afirmou.

No sábado, o partido organiza um evento, no Porto, dedicado ao feminismo em que, além de Tavares e Paupério, deverão estar também presentes Jorge Pinto, eleito nas legislativas pelo círculo do Porto, Filipa Pinto, “número dois” às europeias” e a co-presidente do Partido Verde Europeu Mélanie Vogel.