Não era preciso recuar muito para se perceber que, ali, o ambiente estava diferente. Estava diferente cá fora, onde houve um tumulto entre elementos da claque travado pelas forças policiais. Estava diferente no interior do recinto, quando na clareira que estaria reservada a elementos dos Super Dragões se voltaram a registar agressões que motivaram a intervenção neste caso, e numa primeira instância, de Assistentes de Recinto Desportivo. Estava diferente até na forma de reagir a tudo o que se ia passando no encontro, como se viu na autêntica “explosão” quando Evanilson fez o golo do empate na final da Taça de Portugal. No entanto, e entre essas diferenças, alguns vídeos acabaram por levantar a questão sobre o que se passou no Jamor.

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Num primeiro vídeo muito curto com pouco mais de dez segundos, é possível ver um elemento da Unidade Especial de Polícia, que estava na zona da pista de tartan nos dois topos do Estádio Jamor, a disparar em frente na direção de adeptos dos azuis e brancos que estavam de pé junto dos muros mais próximos do relvado. Chegou até a falar-se em balas de borracha, sendo que, na verdade, o oficial em causa estaria apenas a “marcar” um dos presentes para que mais tarde pudesse ser identificado através de balas de tinta. Mais tarde, começou também a circular imagens de um spray utilizado para fazer recuar adeptos. Tudo está a ser analisado pelas autoridades competentes, sendo que também o FC Porto segue o assunto.

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“A Futebol Clube do Porto, Futebol SAD lamenta profundamente os incidentes ocorridos no passado domingo, no recinto do Estádio Nacional do Jamor, que envolveram adeptos do FC Porto e as forças de segurança. Mais esclarece que já se iniciaram formalmente, durante o dia de ontem [quarta-feira], as primeiras diligências junto das forças de segurança, a Polícia de Segurança Pública, e da entidade organizadora da final da Taça de Portugal, a Federação Portuguesa de Futebol, no sentido de averiguar os factos que originaram os incidentes e a forma como foram debelados”, apontou a sociedade dos dragões, naquele que foi o primeiro comunicado oficial emitido pelo novo Conselho de Administração.

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“A Futebol Clube do Porto, Futebol SAD continuará empenhada na defesa da criação de todas as condições para que os seus sócios e adeptos possam assistir a todos os espetáculos desportivos de forma segura e procederá à recolha de mais informação com os seus sócios e adeptos para que lhes possa prestar a devida defesa”, acrescentou o mesmo texto colocado na manhã desta quinta-feira no site oficial do clube.

De referir que, no final do encontro, Artur Serafim, do Comando Metropolitano de Lisboa, falou num total de 11 detenções antes do início do jogo. “Oito foram por injúria e ofensas à integridade física dos polícias, uma por posse de estupefacientes, uma por especulação e outra por arremesso de objetos contra a polícia”, detalhou, falando ainda de mais 22 identificados por posse de material pirotécnico.