Depois de quatro horas de deliberação e de duas notas com pedidos ao juiz, o júri do julgamento de Donald Trump foi dispensado e regressará ao Tribunal de Manhattan esta quinta-feira, às 9h30, hora local. O Ministério Público de Nova Iorque alega que o 45.º presidente dos EUA é culpado do crime de falsificação de documentos contabilísticos do seu grupo de empresas para ocultar pagamentos à atriz de filmes pornográficos Stormy Daniels para evitar um escândalo sexual, no final da sua campanha presidencial, em 2016.

De acordo com o sistema judicial norte-americano, cabe ao júri composto por 12 elementos tomar a decisão final sobre a culpa ou inocência de Trump. Durante o período em que o júri deliberou, durante esta quarta-feira, houve dois pedidos por parte do painel, um para rever várias intervenções de testemunhas chaves do caso e outra para voltar a ouvir as alegações finais do juiz, pedido que motivou a suspensão das deliberações até ao dia seguinte. Em Nova Iorque, a instrução proferida pelo juiz não é devolvida ao júri na forma documental para que possa ser revista.

Após as alegações finais, o juiz Juan Merchan confiou aos jurados a tarefa de decidir se consideravam o ex-chefe de Estado norte-americano culpado ou inocente. No decorrer das deliberações, Trump manteve-se no interior do tribunal de Manhattan, onde, segundo a CNN, se dirigiu aos repórteres e classificou o seu julgamento criminal enquanto uma “fraude”. Trump também criticou o juiz responsável pelo caso, acusando-o de ser “conflituoso e corrupto”.

No primeiro dia do julgamento de Donald Trump, ex-Presidente disse ser alvo de “perseguição política”

O painel de sete homens e cinco mulheres terá de considerar 34 acusações de falsificação de registos comerciais contra Trump, todas elas relacionadas com o encobrimento de pagamentos secretos à estrela de filmes para adultos. Em causa estão 11 faturas, 12 vales e 11 cheques que compõem esses pagamentos através de um intermediário, o seu antigo assessor Michael Cohen.

Os procuradores defendem que através deste pagamento Donald Trump corrompeu a eleição de 2016, ao comprar o silêncio da atriz sobre uma relação sexual que ela afirma ter tido com ele em 2006, quando este já era casado com Melania Trump.

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