O ex-Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, espera que o processo que envolve António Costa na justiça seja arquivado e considera “muito estranho” que o ex-primeiro-ministro só tenha sido ouvido ao fim de cerca de 200 dias do polémico parágrafo assinado pela Procuradora-Geral da República.
“Parece é que é muito estranho que ao fim de cerca de 200 dias de uma crise polícia que foi criada por um parágrafo da senhora Procuradora-Geral da República, o primeiro-ministro de então, que se demitiu por causa disso, tenha sido ouvido e numa situação meramente declarante, sem ser arguido”, criticou, em declarações à Antena 1, no dia em que representantes dos subscritores do chamado “Manifesto dos 50” são recebidos pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, em São Bento. Ferro Rodrigues espera, por isso, que o processo seja arquivado. O ex-presidente da Assembleia República é um dos subscritores deste manifesto sobre a justiça.
Operação Influencer. O que foi perguntado e o que respondeu António Costa no DCIAP
O socialista pede uma reforma profunda por considerar que a credibilidade da justiça está em causa. Espera, mesmo, que Luís Montenegro acolha algumas das propostas dos subscritores do Manifesto.
“A falta de credibilidade que existe neste momento em todo o sistema, e que foi medida numa recente grande sondagem, terá tendência só para se agravar e a proliferação de casos políticos e mediáticos com implicações na vida democrática do país pode continuar. É uma questão que deve unir todos os democratas”, defendeu.
Além de Ferro Rodrigues, entre os signatários do manifesto estão Rui Rio, Maria de Lurdes Rodrigues, David Justino, Vital Moreira, Paulo Mota Pinto, Mónica Quintela, Augusto Santos Silva e Daniel Proença de Carvalho.