“Na Hora dos Cães”
Texto de Ana Carreira. Encenação de Nuno M Cardoso | Teatro Carlos Alberto, Porto, 6 a 9 de junho
É uma peça de teatro em três línguas a que se apresenta este mês no Teatro Carlos Alberto, no Porto, ou não fosse criada entre Portugal, França e Galiza. Na Hora dos Cães, com texto da galega Ana Carreira e encenação do português Nuno M Cardoso, surge a partir de um projeto intercâmbio entre teatros portugueses, franceses e galegos.
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▲ "Na Hora dos Cães" é o espetáculo da edição de 2024 do NÓS/NOUS, um projeto internacional que promove o intercâmbio da cultura teatral entre Portugal, Galiza e França, pensando-o como um território cénico comum
Inspirado na partilha de vivências dos jovens intérpretes de escolas destes três países, o espetáculo aborda questões ligadas à expressão da liberdade, da identidade, da rebeldia, da desobediência, do preconceito. Depois de se mostrar no Porto, segue para o Salón Teatro, na Galiza, e para o Les Célestins — Théâtre de Lyon, naquela cidade francesa.
Teatro Carlos Alberto, Porto. 6 a 9 de junho. Quinta-feira e sábado, às 19h; sexta-feira, às 21h; domingo, às 16h. Bilhetes a €5. Teatro Ibérico, Lisboa. 21 a 23 de junho. Sexta a domingo, às 19h.
“Popular”
De Sara Inês Gigante | Centro Cultural Vila Flor, Guimarães, 7 de junho
O que é ser uma artista popular? É uma das questões que levanta o espetáculo de Sara Inês Gigante, criadora e atriz que que venceu a 6.ª edição da Bolsa Amélia Rey Colaço, destinada a projetos de artistas emergentes.
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▲ "Popular" é uma criação de Sara Inês Gigante, com interpretação da própria. Foi a vencedora da 6.ª edição da Bolsa Amélia Rey Colaço, um apoio de criação destinado à produção de espetáculos de jovens artistas e companhias emergentes
Popular é um misto de autobiografia e pesquisa, que mergulha no contraste entre cultura de elite e cultura de massas, desafiando o padrão da cena cultural e do universo popular. “É um espetáculo-desafio que parte da autoficção de que a criadora e intérprete pretende ser uma artista popular”, lê-se na sinopse que anuncia o espetáculo. Mas quem dita quem é popular — e porquê?
Centro Cultural Vila Flor (Pequeno Auditório), Guimarães. 7 de junho. Sexta-feira, às 21h30. Bilhetes a €7,5. Teatro Viriato, Viseu. 14 de junho. Teatro Meridional, Lisboa. 20 a 30 de junho.
“Blooming”
De Marco Martins | São Luiz Teatro Municipal, Lisboa, 8 a 16 de junho
A nova peça do cineasta e encenador Marco Martins surge no contexto de um projeto europeu que desafia vários criadores a criar a partir de um capítulo de Ulisses, grandioso romance de James Joyce inspirado na Odisseia de Homero. O capítulo atribuído a Lisboa e ao criador português decorre num abrigo.
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▲ Marco Martins volta a escolher um elenco não profissional para criar uma peça que parte das experiências dos intérpretes. Para "Blooming", o encenador e realizador trabalhou com um grupo de jovens que vivem em instituições de acolhimento, longe das suas famílias
Em linha com o que têm sido as suas incursões no teatro (Selvagem, Pêndulo), Martins volta a trabalhar com um elenco não-profissional para criar um espetáculo que parte das vivências dos seus intérpretes. Neste caso, trata-se de um grupo de jovens acolhidos no Instituto dos Ferroviários do Barreiro.
O título provisório — Yes or Less – É 1:00 da manhã e não quero regressar a casa — é uma pista para a odisseia de 24 horas em que o público acompanha o regresso a casa de Bloom pelas ruas de Dublin.
São Luiz Teatro Municipal, Lisboa. 8 a 16 de junho. Quinta-feira a sábado, às 20h; domingo, às 17h30. Bilhetes a €12.
“Mãe Coragem”
De Bertolt Brecht. Encenação de António Pires | CCB, Lisboa, 8 a 9 de junho
O Teatro do Bairro sopra as velas (20 anos) com aquela que é considerada por muitos como a mais representativa obra do teatro épico de Bertolt Brecht, Mãe Coragem, escrita em 1939 durante o exílio do dramaturgo, fugido da Alemanha nazi nas vésperas do início da II Guerra Mundial.
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▲ A "Mãe Coragem", protagonizada por Maria João Luís, é uma vendedora ambulante que, perante um conflito armado e a necessidade de sobreviver, se confronta com escolhas que desafiam o seu sentido ético e moral
A companhia sai do espaço do Bairro Alto para levar ao CCB (que coproduz o espetáculo) este texto que é uma crítica feroz à guerra e ao conformismo. Mãe Coragem, protagonizada por Maria João Luís, é a vendedora ambulante cujas escolhas éticas nos confrontam com a dúvida permanente entre a moral e a necessidade de sobrevivência.
A encenação é de António Pires, que trabalhou a partir da tradução de Brecht de lse Losa e com poemas de José Saramago,
Centro Cultural de Belém (Grande Auditório), Lisboa. 8 a 9 de junho. Sábado e domingo, às 19h. Bilhetes entre €15 e €25.
“Age of Content”
De (La)Horde | Rivoli, Porto, 14 a 15 de junho
Trabalharam nos videoclipes de Sam Smith, nos filmes de Spike Jonze ou na mais recente digressão de Madonna, Celebration Tour. O coletivo (La) Horde, fundado em 2013, tem trilhado um caminho espraiando-se por áreas tão distintas como a dança, a música, passando pelo cinema ou a moda. Uma visão expansiva do que a dança e um bailarino podem ser que os conduziu até ao CCN Ballet National de Marseille, companhia de bailado contemporâneo que lideram desde 2019.
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▲ "Age of Content", a nova produção do coletivo (LA) HORDE sobe ao palco do Grande Auditório do Rivoli, no Porto, nos dias 14 e 15 de junho
O coletivo composto por Marine Brutti, Jonathan Debrouwer e Arthur Harel chega finalmente a Portugal com Age of Content, peça que se mostra no Grande Auditório do Rivoli, no Porto, em apenas duas récitas. Esbatem-se as fronteiras entre o que é real e virtual, os gestos do Tiktok e do Instagram tomam o palco. Afinal, os (La)Horde vêem as redes sociais como um grande musical, onde as pessoas dançam, cantam e reproduzem movimentos.
Rivoli (Grande Auditório), Porto. 14 a 15 de junho. Sexta-feira e sábado, às 19h30. Bilhetes a €12.
“Desconfortável – um monólogo”
De Diana Nicolau | Teatro Miguel Franco, Leiria, 22 de junho
Todas As Coisas Maravilhosas, texto do dramaturgo inglês Duncan Macmillan que Ivo Canelas encenou e interpretou durante quatro anos, tornou-se um fenómeno do teatro português. O monólogo Desconfortável, que a atriz Diana Nicolau tem mostrado pelo país, arrisca-se a ser um capítulo segundo de uma fórmula certeira: a partilha da vulnerabilidade navegando na incerteza do que é ficcionado ou não.
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▲ Sozinha em palco, a atriz Diana Nicolau confronta o público com todas as coisas "desconfortáveis", num monólogo que tem esgotado várias salas pelo país
Partindo de textos que escreveu nos últimos cinco anos, Diana Nicolau escreveu e encenou um monólogo sobre todas as coisas que nos deixam desconfortáveis. “Desconforto é aquilo que sentimos imediatamente antes de a mudança acontecer”, escreve a atriz na nota de intenções do espetáculo.
Teatro Miguel Franco, Leiria. 22 de junho. Sábado, às 17h30 e às 21h30. Bilhetes a €7,5.