Se há clube que é um exemplo de como o futebol pode mexer, e muito, com a carteira dos mais milionários, esse clube é o Manchester City. Em poucos anos, os ingleses cresceram tanto, ao ponto de terem passado de uma mera equipa de Premier League para o topo da Europa. E esse passo só foi possível devido ao investimento feito por um fundo com origem nos Emirados Árabes Unidos.

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Porém, com a chegada do clube de Manchester ao topo, tudo mudou. Os sky blues começaram a ser questionados devido às operações financeiras desenvolvidas e abriram uma guerra com a Premier League. Guerra essa que, na presente semana, teve novos desenvolvimentos. Num processo inédito no futebol inglês, o Manchester City interpôs uma ação legal contra a Liga inglesa, numa luta que será resolvida nas próximas duas semanas e que começa na segunda-feira.

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Segundo o The Times, os citizens querem acabar com as regras que limitam o investimento estrangeiro de fundos e empresas vinculadas aos proprietários dos clubes (a chamada regra “Associated Party Transaction”), que, no seu entender, são ilegais. O Manchester City exigiu, em contrapartida, uma indemnização à Premier League. Estas leis têm sido alvo de escrutínio dos clubes nos últimos tempos e, em fevereiro, foram aprovadas regras mais rígidas relativas à avaliação dos acordos entre os clubes e os proprietários.

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O atual tetracampeão inglês alega que teve grandes perdas em acordos de patrocínios devido as leis APT e alega que a Premier League não consegue provar que os clubes têm uma vantagem injusta através destas regras, acusando esta de não ter agido no passado. O Manchester City alega ainda que a votação dos clubes é desajustada, exigindo que 14 dos 20 clubes votem a favor para que a proposta seja aprovada, de modo a manter “a tirania da maioria”.

De relembrar que a regra APT foi adotada após o Newcastle ter sido comprado por um fundo da Arábia Saudita e estabelece que as transações que envolvem os clubes e as empresas devem ser avaliadas de forma independente, de modo a ficar salvaguardado o “valor justo de mercado”. Ainda assim, a guerra entre o Manchester City e a Premier League não vai ficar por aqui, já que, em novembro, está marcada a audiência relativa às 115 alegadas violações dos regulamentos e regras financeiras da Liga por parte do clube.

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