Corre, bebé!, de Ary Zara e Gaya de Medeiros, é o projeto vencedor da Bolsa Amélia Rey Colaço, foi esta sexta-feira anunciado pelo Teatro Nacional D. Maria II, um dos promotores da iniciativa, que acontece anualmente para apoiar jovens artistas e companhias emergentes. O prémio tem um valor de 24 mil euros, além de permitir o acesso a residências artísticas e dar a possibilidade de apresentar o espetáculo em vários teatros.

De acordo com o comunicado, Corre, bebé! é “um projeto multidisciplinar, que cruza performance e cinema”, reunindo em palco o português Ary Zara e a brasileira Gaya de Medeiros “para protagonizar uma performance de cerca de uma hora, que dará depois origem a uma curta-metragem de cerca de 15 minutos, filmada por Rita Quelhas”. A ação acompanha “uma mulher trans e um homem trans em torno das problemáticas de gerarem um bebé”.

Os artistas já haviam trabalhado juntos previamente, nomeadamente na curta-metragem Um caroço de abacate, realizada por Ary Zara e protagonizada por Gaya de Medeiros, que chegou a estar na lista de finalistas às nomeações para os Óscares. Ambos também integram o coletivo artístico BRABA, que pretende dar visibilidade a pessoas trans e não binárias. Em palco, trabalham juntos em peças como Atlas da Boca e BAqUE.

Ary Zara não chegou aos Óscares, mas “o filme já cumpriu”: quem é o realizador da curta “Um Caroço de Abacate”?

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Criada em 2018, a Bolsa Amélia Rey Colaço é uma bolsa de criação artística promovida pelo Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, A Oficina – Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, O Espaço do Tempo, em Montemor-o-Novo, e o Teatro Viriato, em Viseu. O objetivo é contribuir para um aumento do seu acesso a meios de produção fundamentais e a espaço de pesquisa, permitindo-lhes com isso consolidar o seu corpo de trabalho. A sétima edição da bolsa recebeu 61 candidaturas.

Fizeram parte do júri: Pedro Penim (diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II), Sofia Campos (conselho de administração do Teatro Nacional D. Maria II), Pedro Barreiro (Diretor Artístico d’O Espaço do Tempo), Patrícia Carvalho (diretora executiva do d’O Espaço do Tempo), Rui Torrinha (Diretor Artístico do Centro Cultural Vila Flor – A Oficina), Marta Silva (educação e mediação cultural – A Oficina), Henrique Amoedo (diretor artístico do Teatro Viriato) e Carla Augusto (direção do CAEV).

Nos últimos seis anos, a Bolsa Amélia Rey Colaço apoiou a criação dos espetáculos Parlamento Elefante (2018), de Eduardo Molina, João Pedro Leal e Marco Mendonça, Aurora Negra (2019), de Cleo Diára, Isabél Zuaa e Nádia Yracema, Ainda estou aqui (2020), de Tiago Lima, Another Rose (2021), de Sofia Santos Silva, As Três Irmãs (2022), de Tita Maravilha, e POPULAR(2023), de Sara Inês Gigante, que se estreou esta semana no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães.